“Grande promoção do Batalhão de Choque. Na prisão de Canelão ou Neto 15 dias de folga + um fds em Ilha Grande”. Esse é o anúncio do prêmio oferecido pelo Batalhão de Choque (BPChoque) da Polícia Militar do Rio de Janeiro a seus agentes pelas prisões dos traficantes Amaro Pereira da Silva, o neto, e Inácio de Castro Silva, o Canelão, da favela da Rocinha.
O historiador e especialista do Instituto Millenium Marco Antonio Villa foi contundente sobre os efeitos negativos das regalias concedidas pelo funcionalismo público. “Isso é um desestímulo aqueles que exercem corretamente suas funções.”
Depois dessa medida, Villa diz esperar tudo do governo de Sérgio Cabral. “Isso é reflexo de um governo em que as pessoas fazem festa com guardanapo na cabeça em Paris com o dinheiro público.”
O professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) afirma que a iniciativa entrará para os anais de 2012 como um das grandes besteiras que ocorreram no Brasil. ”Se o celebre humorista carioca Sérgio Porto, conhecido como Stanislaw Ponte Preta, ainda estivesse vivo ele diria que essa iniciativa faz parte do Festival de Besteira que Assola o País, o Febeapá.”
Irônico, o historiador afirma que o governo Sergio Cabral está revolucionando a gestão de pessoas e completou: “Pode ser que a próxima seja premiar com uma viagem a Paris, para o mesmo restaurante frequentado pelo governador, quem não faltar durante dois meses consecutivos no exercício de alguma função publica”.
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PM oferece viagem e 15 dias de folgas a quem prender dois traficantes da da Rocinha. Na sua opinião:
a medida estimula a corrupção (8%)
a medida não atenua a violência e promove a insegurança (5%)
os policiais não deveriam ser recompensados para realizar o que já é de sua responsabilidade (61%)
concordo com a medida (27%)
Marco Antonio.
Leio sempre seus artigos, mas permita-me discordar.
Seria bom que a carreira de policial fosse tão valorizada pelo nosso governador que não fosse necessário esse prêmio. Mas no momento em que se paga R$ 900 para um soldado (aqui no Rio), não lhe dá direito à greve, não pode fazer bico… sem falar que está sendo constantemente cooptado para o lado do crime… que incentivo esse profissional tem?
Se tudo isso for saneado e essa justiça for feita, aí, sim, podemos falar em não premiar “mais do que a obrigação”.