Notícia publicada pela “Agência Brasil” informa que o número de alunos matriculados no ensino médio técnico profissionalizante poderá dobrar daqui a nove anos, devendo alcançar, em 2020, um universo de 2 milhões de estudantes, segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad.
Essa expectativa, diz ele, foi calculada com base nos investimentos que o governo federal tem feito na educação e que permitiram um crescimento, na última década, de 110% na oferta de vagas do ensino superior, com 6,5 milhões de ingressos de estudantes em faculdades.
O ministro defendeu que o Brasil deverá solucionar o “gargalo” da falta de mão de obra qualificada por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), recém-lançado pela presidente Dilma Rousseff, e que prevê a destinação, neste ano, de R$ 460 milhões às 208 escolas federais novas e às 214 já instaladas.
Para Haddad, com as parcerias em andamento no Sistema S – que inclui o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) -, os jovens do ensino médio terão mais chances de estender os seus estudos e se tornar mais preparados para o mercado de trabalho.
“Temos a convicção de que isso vai provocar uma revolução no ensino médio”, disse durante palestra no seminário Ensino Técnico: uma Necessidade para o País.
Grande contingente desses estudantes em transição do ensino médio para o superior se emprega nas empresas de telemarketing, que se gabam de absorver enorme quantidade de jovens em suas fileiras, sobretudo aqueles que terão o primeiro registro na carteira profissional.
Infelizmente, a qualidade do atendimento prestado por essas companhias é uma amostra de quão precário é nosso sistema de ensino. Uma combinação do que não se aprende nas escolas com o que se ensina de errado no mundo corporativo.
Do gerundismo das traduções toscas dos roteiros importados para os serviços de atendimento ao cliente à sensação de que a pessoa que está do outro lado da linha entende daquilo que está falando menos do que você.
Quando o atendimento é feito por escrito (via internet ou por carta), chega-se definitivamente à prova dos noves, e entende-se por que nossos jovens vão tão mal nas avaliações de conhecimento da língua portuguesa.
Quando não são completamente indecifráveis, as respostas vêm recheadas de lugares-comuns como: “Recebemos a sua reclamação e pedimos sinceras desculpas pelo inconveniente causado. Salientamos que medidas estão sendo tomadas para que fatos como este não mais ocorram. Agradecemos por sua disposição em relatar os fatos, pois só assim podemos tomar as devidas providências e sempre aprimorar o nosso atendimento”.
Soa tão verdadeiro quanto o slogan “Pão quente a toda hora” nas padarias.
Fonte: Brasil Econômico, 14/11/2011
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