Mais de um terço dos deputados federais do Rio que buscam a reeleição neste ano declararam ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) patrimônio inferior em comparação ao da última campanha, em 2014. Dos 27 parlamentares com registros de candidatura publicados no site do TSE até as 18h, dez tinham declarações de bens cujos valores totais caíram após o mandato de quatro anos.
Gastos jurídicos e responsabilidades familiares foram justificativas dadas pelos parlamentares, que recebem salário mensal de R$ 33,7 mil, mais benefícios, para a variação negativa do patrimônio. Quatro deles — Soraya Santos (PR), Julio Lopes (PP), Pedro Paulo (DEM) e Marco Antônio Cabral (MDB) declararam uma desvalorização acima de 30%. Hoje em partidos distintos, todos concorreram pela mesma coligação no último pleito.
uma combinação de renda estabilizada — o salário não aumentou nesses quatro anos — e crescimento de despesas. Pedro Paulo, que foi candidato à Prefeitura do Rio em 2016, disse ter arcado com custos legais após ser acusado de crimes eleitorais.
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PASTOR EM ALTA
O deputado chegou a ser declarado inelegível em 2017, mas recuperou seus direitos políticos em maio. O parlamentar também foi processado por denúncia de agressão à ex-mulher, mas o caso foi arquivado em 2016.
— Gastei muito com advogado — argumentou.
Filho do ex-governador Sérgio Cabral, preso há dois anos, Marco Antônio também apontou despesas jurídicas com o pai como um motivo para a redução de quase 38% de seu patrimônio. Em nota, disse que “assumiu responsabilidades com a criação dos irmãos mais novos” nesse período.
Há também quem tenha visto o patrimônio crescer. O pastor Ezequiel Teixeira (Podemos) declarou ter R$ 1,9 milhão a mais do que em 2014. Procurada, sua assessoria disse que “a evolução se dá por rendimentos normais e pelo subsídio como deputado”, já que Teixeira “vive de rendimentos próprios e não depende do salário de parlamentar”.
Leonardo Picciani (MDB) informou ao TSE que seu patrimônio chegou a R$ 9 milhões, 24% a mais do que em 2014. Na explicação da assessoria, a variação foi “praticamente igual à inflação” do período.
Clarissa Garotinho (PROS) teve um dos maiores crescimentos: o valor total foi multiplicado por quatro. O aumento, segundo a deputada, foi puxado pelas prestações de um apartamento na Zona Norte do Rio, comprado na planta em 2010, e por um fundo previdenciário.
Fonte: “O Globo”