Desde o Big Bang e a origem do universo, a ordem nunca mais foi única. Todas as estrelas, planetas e galáxias formadas têm algo em comum: cada uma é diferente. A diversidade faz parte da própria natureza da existência.
Na Terra, a vida surgiu e, independentemente de sua origem, os primeiros seres vivos eram simples e parecidos entre si. Com o tempo e a evolução, os organismos ficaram mais complexos, cada um se tornando único em suas características e escolhas.
Assim como Murray Rothbard em um de seus livros explica que os seres humanos se diferenciam dos animais por terem a capacidade de escolher até mesmo o sofrimento, enquanto animais agem instintivamente para evitar a dor e buscar o prazer, os humanos podem tomar decisões baseadas em valores, princípios ou objetivos de longo prazo, mesmo que isso envolva dificuldades, podemos afirmar que as decisões que cada um toma pra sí geram efeitos diferentes sobre sí. Efeitos que tornam cada ser humano distinto em sua individualidade. A mesma comida e os mesmos acontecimentos podem gerar uma experiência totalmente distinta em cada um.
Milhares de anos depois do surgimento da humanidade, um grupo de pessoas na França do século XVIII buscava algo revolucionário: a igualdade. O paradoxo é que o indivíduo, que nasceu livre e desenvolveu sua singularidade, agora se via diante de um movimento que tentava eliminar essas diferenças. Séculos depois, um pintor austríaco em seu fracasso partilhou dessa mesma ideia, defendendo um ideal de uniformidade. Ao longo da história, inúmeras pessoas tentaram impor esse mesmo conceito ao longo da história – e todos falharam.
Os adeptos do marxismo, que até nos dias de hoje continuam defendendo esse princípio, atualmente passaram a adotar outro método de imposição desse princípio, baseados por Antonio Gramsci e seus Cadernos do Cárcere, muitos passaram a apostar numa certa “hegemonia cultural”. Gramsci argumentava que, em vez de tentar tomar o poder à força, como na Revolução Russa e implantar a igualdade, os comunistas deveriam influenciar a cultura, a mídia, a educação e grupos marginalizados/distintos para mudar a sociedade de dentro para fora.
Porém, como implementar ideias igualitárias em grupos que buscam ser reconhecidos justamente por suas diferenças? Como conciliar a absoluta igualdade com as diferenças defendidas por grupos como o movimento negro, que busca a aceitação da diversidade de tonalidades de pele, ou o movimento LGBT, que busca o reconhecimento de sua orientação sexual? A resposta é que não há como conciliar. Essas ideias se fundamentam em uma contradição, que passa a ser utilizada como arma pelos marxistas gramscianos.
A liberdade, no entanto, é o único caminho para uma sociedade realmente diversa. Só em um ambiente de liberdade cada pessoa pode buscar seus próprios valores, paixões e identidade, sem imposição de outros seres humanos. A liberdade incentiva a diversidade porque permite a inovação, a criatividade e a evolução natural dos costumes e das culturas.
Já os projetos igualitários, ao tentarem uniformizar a sociedade em nome da “justiça social”, acabam eliminando as diferenças que dizem querer proteger. Como explica Friedrich Hayek, quando se tenta impor igualdade de condições e resultados, o que se destrói são as características únicas das pessoas, além da criatividade e da excelência. Primeiro, a meritocracia é abandonada em nome da equidade, reduzindo talentos e inovações. Depois, a cultura espontânea é substituída por uma cultura artificial, aprovada pelo Estado ou grupos de poder. Por fim, a diversidade real desaparece, sufocada por um discurso que finge promovê-la, mas que, na prática, impõe uma mentalidade padronizada.
A verdadeira diversidade só pode existir onde há liberdade. Somente quando as pessoas são livres para escolher seus caminhos, suas profissões e suas formas de expressão é que sua distinção pode aparecer. Somente em um ambiente de liberdade ideias diferentes podem coexistir e competir sem que um poder central imponha uma “verdade oficial”.
A tentativa de criar uma sociedade igualitária pela força resulta, no fim, em conformismo e rigidez. O coletivismo transforma o indivíduo em apenas mais um número, uma peça dentro de um sistema, eliminando sua singularidade.
A liberdade permite que cada pessoa construa sua própria história e contribua para uma sociedade de indivíduos distintos. A diversidade real não precisa ser forçada – ela acontece naturalmente quando há a liberdade.
Portanto, quem realmente valoriza a diversidade e a diferença deve rejeitar de qualquer forma o planejamento social centralizado e buscar a liberdade, pois ele é o caminho para a verdadeira individualidade.