A criação de valores que determinam o modo de vida um povo leva tempo — várias gerações — e permanece em contínua transformação. O código que estabelece o certo e o errado muda em decorrência de muitas coisas, uma delas é a mentalidade dos indivíduos.
Muitas mudanças que tornaram a vida melhor foram provocadas por transgressões de pessoas que introduziram modos e pensamentos modernizadores, proibidos naquele instante. Há coisas que estão tão entronizadas que custa crer que não eram assim. O voto da mulher, andar de bermudas em lugares públicos e inúmeras outras coisas até hilárias.
O que é comportamental acompanha a evolução da liberdade individual e dos valores que resguardam os direitos dos indivíduos e do grupo, criando interditos e franqueando ações. Mas há coisas que não mudam, ou não podem mudar, desde que se queira viver em civilização e garantir a saúde da sociedade. São conquistas civilizatórias, podemos dizer.
Uma das mais importantes é a distinção do que é privado e o que é público. O que pertence a alguém e o que pertence à coletividade. O Brasil vive uma crise profunda desses valores e os maus exemplos de homens públicos acabam por habilitar o comportamento cotidiano calcado na desonestidade e no desrespeito ao próximo.
O que mais deve preocupar é a desmoralização do comportamento exemplar. Nessa escalada tenebrosa, aquilo que levamos anos para construir se desfaz rapidamente e compromete o futuro do País e dos nossos filhos. Não é impróprio afirmar que estamos numa encruzilhada. Resta saber que caminho vamos escolher.
(O DIA – 30/07/2009)
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