O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo pretende fazer até quatro “grandes privatizações” em até três meses. Guedes não revelou, no entanto, quais empresas serão vendidas.
Durante entrevista à CNN, o ministro foi questionado sobre a influência da aproximação entre o presidente Jair Bolsonaro e o bloco político conhecido como Centrão na previsão de que as empresas públicas sejam aparelhadas por aliados políticos.
Guedes, então, negou que esse risco esteja no radar do governo.
— Houve justamente esse questionamento: “Bom, agora que o presidente buscou o centro democrático, ou o Centrão, isso agora vai exigir o aparelhamento das estatais?”. Não. Nós vamos fazer quatro grandes privatizações nos próximos 30, 60, 90 dias — afirmou.
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O ministro não quis detalhar quais companhias serão vendidas, mas destacou que o governo vê nas subsidiárias — braços do negócio principal — uma fonte de recursos.
— Tem um arbusto que é uma empresa estatal, cheia de ativos valiosos. Subsidiárias da Caixa são um bom exemplo. Esse ano é um excelente ano para fazer um IPO grande: R$ 20, R$ 30, R$ 40, R$ 50 bilhões. Bem maior até que uma Eletrobras, por exemplo — disse Guedes.
Na semana passada, advogados do Congresso entraram com um pedido de liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir o bloqueio da venda de refinarias da Petrobras. No requerimento, os técnicos criticam o que consideram “privatização branca”, que seria a criação artificial de subsidiárias para vender a empresa principal aos poucos.
Em junho do ano passado, o STF permitiu que o governo privatize subsidiárias sem o aval do Legislativo. A venda de empresa-matriz, no entanto, ainda precisa de aprovação dos parlamentares. O pedido de semana passada acusa o governo de burlar essa autorização da Corte.
O ministro foi questionado se os Correios entrariam no pacote. Guedes respondeu que sim, mas não disse quando a estatal será vendida. A empresa já está na lista de estudos para ser licitada.
— Seguramente (Correios serão privatizados). Não vou falar quando, mas seguramente — pontuou o ministro.
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Reforma Tributária e CPMF
Na entrevista à CNN, Guedes voltou a defender neste domingo a criação de um imposto sobre transações financeiras para custear a desoneração da folha de pagamentos. O ministro se queixou ainda do que considera uma interdição do debate, por causa da comparação do sistema com a antiga CPMF.
Guedes afirmou também que o governo enviará ao Congresso uma proposta de reforma tributária abrangente e espera que a medida seja aprovada ainda neste ano.
Mais cedo, ao falar de reforma tributária, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a Casa não pautará nenhum projeto nessa linha.
Fonte: “O Globo”