Marcos Troyjo abriu nesta quarta-feira, dia 18, no Rio de Janeiro, o ciclo “Ibmec Conference” com a palestra “O Brasil no novo cenário internacional”. O evento tem apoio do Instituto Millenium. De acordo com o diretor do BRICLab (Centro de Estudos sobre Brasil, Rússia, Índia e China) da Universidade de Columbia e especialista do Instituto Millenium, o Brasil é objeto de entusiasmo de brasileiros e estrangeiros. O economista Paul Krugman, como exemplificou o palestrante, afirmou recentemente que o país é o novo queridinho no cenário internacional. Para Troyjo, no entanto, é preciso ter atenção e analisar a fase atual de forma mais critica para que este bom momento não seja, mais uma vez, algo passageiro. Fazer do Brasil um país realmente próspero exige medidas mais profundas, que respondam às novas necessidades globais, em um cenário marcado pela Destruição Criativa.
Como apontou Troyjo, o país tem baixa poupança, baixo investimento e mantém uma pauta de exportação nos mesmos moldes de 1978, considerando a porcentagem de produtos agrícolas, serviços, tecnologia etc. Tal fato revela que o país não alterou sua forma de inserção no cenário comercial, por não ter tido avanços significativos na área tecnológica. Há uma falsa sensação de prosperidade, que reforça a idéia de que time que está ganhando não se mexe. Quando, na verdade, como ressalta Troyjo, o momento de alterar pontos essenciais é agora. É preciso mudar a estratégia, mirar o futuro, reorientar os universitários para o saber empreendedor, fazer da Embrapa o MIT da agricultura. “A vantagem está na tecnologia”, disse.
Segundo Troyjo, estamos entrando na era da Destruição Criativa 3.0, que exige uma estrutura cada vez mais competitiva. Nesse contexto é preciso parar e responder a pergunta: “O Brasil tem condições de se preparar e atuar bem nesse cenário?”. Mas antes é preciso que a elite do país reflita: “O que ela quer para ela? O que ela quer para o povo? O que ela quer do mundo? O que ela quer para o mundo?”
E esse questionamento tem como objetivo oferecer respostas e soluções que possam de fato colocar o país em outro trilho no cenário geopolítico: “Será que o Brasil tem um projeto de poder? Será que tem um projeto de prosperidade? Será que tem um projeto de prestígio?”
Para o diretor do BRICLab, ainda é difícil enxergar esse tipo de articulação na tela de radar do país.
O economista indiano Amartya Sen, ganhador do Nobel de economia em 1998, é o convidado da próxima quinta-feira, 26 de abril. Clique aqui e saiba mais sobre o evento.
Clique nas imagens.
Fotos de Fernando Alvim.
Infelizmente, não se consegue ver um projeto de prosperidade para o nosso país. Nosso país move-se em círculo vicioso, cujo centro é o passado. Educação, pesquisas e tecnologias são muito ” chiques” para nossos políticos e governantes! Eles querem cada vez mais do mesmo, sem se importarem com o grande osso que cresce entre nós e os países com ações e projetos!