Diversas startups brasileiras marcaram o ano de 2019, que promete ser o mais relevante para o país em reconhecimento de negócios escaláveis, inovadores e tecnológicos.
Essa valorização veio em forma de recursos, com a criação de novos unicórnios (startups avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais). Mas também apareceu com aquisições de outras startups, projetos ambiciosos de expansão ou modelos de negócio inovadores.
As indicações das startups foram dadas para Pequenas Empresas & Grandes Negócios por Alan Leite, CEO da aceleradora Startup Farm; André Barrence, diretor do Google for Startups no Brasil; Daniel Chalfon, sócio da Astella Investimentos; e Pedro Waengertner, cofundador da aceleradora ACE.
Saiba quais foram as 10 startups que marcaram 2019:
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B2Mamy
A B2Mamy é uma aceleradora que tem como principal objetivo ajudar negócios de mães empreendedoras a crescer. A fundadora Dani Junco afirmou anteriormente que o projeto iniciado em 2016 já movimentou cerca de R$ 2 milhões e acelerou 100 empresas.
Além de uma missão relevante, a B2Mamy se destacou neste ano por seu plano de expansão. “O negócio ganhou tração neste ano e está focado em abrir mais pontos pelo país”, analisa Barrence, do Google for Startups.
Gympass
O empreendimento de academias como um benefício corporativo Gympass tornou-se um unicórnio em junho deste ano, após um investimento de US$ 300 milhões, liderado pelo conglomerado japonês de telecomunicações SoftBank.
Além de seu status de unicórnio, o Gympass está na lista por ter inspirado outras startups a atuarem no modelo de negócios corporativo, defendendo a retenção de talentos pelo bem-estar. Exemplos são as startups Vittude e Zenklub, de saúde mental para funcionários.
“Outro ponto digno de nota é a expansão internacional do Gympass. Pode inspirar outras startups a aproveitarem o mercado de outros países”, afirma Barrence.
Loggi
A Loggi nasceu em 2013, com a missão de “reinventar a forma de fazer entregas no Brasil”. O negócio tem uma plataforma que conecta entregadores às demandas do setor de comércio eletrônico, backoffice e alimentação. A startup de logística tem 40 mil entregadores em caminhões, motos e vans que realizam 100 mil entregas diárias.
Neste ano, a Loggi alcançou uma avaliação de mercado acima de um bilhão de dólares e tornou-se um unicórnio. Também ficou em sexto lugar na lista LinkedIn Top Startups 2019, que elenca jovens empresas onde os brasileiros querem trabalhar. Segundo Barrence, outro fator além do status que inclui a Loggi nesta lista são as “contratações de profissionais experientes no mercado.”
Neon
Fundada em 2016, a Neon é a fintech mais nova a aparecer no ranking Super Fintechs, da plataforma de inovação Distrito. Também ficou em quarto lugar no LinkedIn Top Startups 2019.
A startup de pagamentos se destacou neste ano ao anunciar um aporte de R$ 400 milhões. O investimento de série B foi realizado pelo Banco Votorantim e pelo fundo General Atlantic. Ao todo, o empreendimento captou R$ 472 milhões de reais em investimentos.
A Neon tinha 200 funcionários no início deste ano, número que está em 600 atualmente. Entre pessoas físicas e jurídicas, a fintech tem 1,6 milhão de clientes ativos e 3,3 milhões de contas abertas.
Nubank
O Nubank se tornou um unicórnio, ou startup avaliada em mais de um bilhão de dólares, em março do ano passado. A fintech acumula 15 milhões de clientes em seus serviços de conta digital e cartão de crédito.
Neste ano, um novo feito colocou o Nubank nesta lista: um investimento de US$ 400 milhões transformou a startup em um decacórnio (avaliação de mercado igual ou superior a US$ 10 bilhões). A fintech lidera a lista LinkedIn Top Startups 2019.
Pipefy
A plataforma de gerenciamento de processos Pipefy, criada em 2015, está presente em mais de 150 países e tem crescido 300% anualmente – ou seja, quadruplica de tamanho a cada doze meses.
“A Pipefy viu uma oportunidade global e construiu uma plataforma que qualquer gestor pode usar. O Alessio [Alionço, fundador] teve essa visão logo cedo, o que foi fundamental para o crescimento do negócio”, diz Barrence.
A Pipefy já atende 20 mil clientes, como o banco Santander e a fabricante de automóveis Volvo, em mais de 150 países. Tem 200 funcionários espalhados pelos escritórios de São Francisco (Califórnia, Estados Unidos), Austin (Texas, Estados Unidos) e Curitiba (Paraná).
Quinto Andar
A startup QuintoAndar foi criada em 2013, com a proposta de simplificar o processo de locação residencial. Em setembro deste ano, a empresa também se tornou um unicórnio brasileiro após levantar US$ 250 milhões em uma rodada liderada pelo SoftBank. Antes, já havia captado R$ 320 milhões em três rodadas.
“A startup está trabalhando para simplificar um processo doloroso para o consumidor final, e colhendo os resultados dessa estratégia”, diz Waengertner, da ACE. O Quinto Andar ficou em quinto lugar no LinkedIn Top Startups 2019.
Resultados Digitais
A startup de marketing digital Resultados Digitais, de Florianópolis (Santa Catarina), subiu a barra para os empreendimentos de software como um serviço (na sigla original, SaaS) ao captar uma rodada de R$ 200 milhões.
“Olhando para os retornos de startups de software como um serviço lá fora, como o desempenho da Zoom na bolsa de valores americana, uma startup brasileira do ramo crescer desse jeito é muito importante. A Resultados Digitais se tornou um expoente nacional do SaaS”, diz Chalfon, da Astella.
Rock Content
A Rock Content, startup de marketing de conteúdo sediada em Belo Horizonte (Minas Gerais), já tem cerca de 1,5 mil clientes em países como Argentina, Colômbia, México, Paraguai e Portugal.
A startup destacou-se neste ano por conta de suas aquisições, afirma Waengertner. A Rock Content comprou a também mineira iClips e a americana ScribbleLive neste ano. Em longo prazo, a Rock Content ambiciona realizar uma oferta pública inicial de ações na bolsa de valores – movimento conhecido pela sigla americana IPO.
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Sallve
A marca de cosméticos Sallve surgiu em fevereiro deste ano, com nomes como o empreendedor Daniel Wjuniski, a especialista em marketing de crescimento Marcia Netto, a desenvolvedora de cosméticos Juliana Shor e a influenciadora de beleza Julia Petit.
Para Chalfon, da Astella, um dos trunfos da marca é seguir o modelo de marcas nativas digitais e verticais, com produção própria e vendas direto ao consumidor, pela internet. No Brasil, o modelo é praticado também pela varejista Amaro. “Depois que a marca foi lançada, vimos mais marcas surgirem com esse mesmo modelo. O formato ainda é tímido no Brasil, mesmo que tenha sido popular há anos nos Estados Unidos”, diz o investidor.
Fonte: “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”