Segundo a cobertura geral do Seminário do Instituto Millenium, contra tentativas de controle social a velha mídia contrapõe a autorregulação, a exemplo do Conar – para a publicidade. Ótimo! Primeiro passo: regulamentação do direito de resposta.
Lembro-me de fins dos anos 90, quando passei a escrever artigos mais agressivos contra os sucessivos erros de cobertura. Na época, havia receios de uma nova lei de imprensa, mais severa, para coibir abusos.
O Roberto Civita xerocou vários artigos e enviou a diretores de redação da Abril. Ruy Mesquita recomendou a leitura ao Aluizio Maranhão, então diretor de redação. A RBS implementou um programa de aprimoramento das informações.
Passado o perigo, tudo voltou à estaca zero e se viu, nos últimos anos, o maior festival de manipulações, assassinatos de reputação, criação de factoides, uso descarado da denúncia como elemento de intimidação, em muitas décadas. O resultado foi a desmoralização da velha mídia e o fortalecimento das teses de controle social.
Houvesse um mínimo de visão estratégica, de olhar mais amplo, fora do próprio umbigo, e a resposta da velha mídia seria recuperar a legitimidade perdida. De que maneira? Primeiro, dando pleno direito de resposta às vítimas de crimes de opinião e assassinatos de reputação. Segundo, criando um conselho com notáveis, mas que pusessem a mão na massa, analisando o conteúdo das reportagens mais impactantes e das manipulações mais óbvias.
Mas jamais acontecerá. A velha mídia entrou em uma dinâmica irresistível, em uma marcha da insensatez que não será rompida a não ser quando for muito tarde. A prova maior é a ausência total do contraditório no seminário de ontem. Simplesmente porque com toda a pompa do encontro de ontem, a geração completa dos jornalistas que fazem a velha mídia não resistiria a meia hora de contraditório. Não por incapacidade deles. Mas pela impossibilidade de defender essa lógica maluca que se apossou do jornalismo.
O jornalismo de Roberto Civita
Para entender a sinuca de bico em que a velha mídia entrou, confira, abaixo, os melhores momentos de um dos símbolos do Instituto Millenium, o blog que tornou-se o retrato da revista Veja na Internet (clique aqui):
“Ô Tomaiz, faiz um Bequéti aí pra mim vê se ocê é bão mesmo”
“Um momento lindo nos aguarda: o petralhismo filtrado pela ópera (e bunda) seca de Gerald Thomas. Seca, mas molhada pelo capilé oficial. Em visita ao “Hemisfério Sul” como diz, Thomas deveria ir ao Palácio do Planalto. Aí o Apedeuta poderia lhe dizer: “Ô Tomaiz, faiz um Bequéti aí pra mim vê se ocê é bão memo”. E ele, claro, fará. Como sempre”
(…) “Dizer o quê? O sujeito não seria um vendido, um vagabundo, um pilantra e um caloteiro se não fosse também invejoso e mentiroso. Ele conseguiria fazer um blog de sucesso como este? Não. É um analfabeto. Mas poderia ao menos tentar. Só que é preciso trabalhar em vez de bater a carteira alheia.”
“Anonymous Pyoter
Reinaldo,
Poupe o pé. Pode deixar que eu chuto a bunda desses anões e mascates. O mascate eu sei que corre, é covardão, cagão, mas eu alcanço ele.”
(…) Que diabo se passa com o Partido Democrata americano, que tem como favoritos uma mulher e um negro com sobrenome islâmico e nenhum homem branco paraenfrentá-los? (…) Para bom entendedor: tomo o par “homem branco” como apelo simbólico à tradição e à conservação de um modelo que, inegavelmente, deu certo e fez a maior, mais importante e mais rica democracia do mundo, que venceu, por exemplo, o embate civilizatório com o comunismo.
(…) Olha aí moçada, o Blog é do Reinaldo Azevedo.
Se ele quiser chamar alguém de viado, de vagabundo e ladrão é problema DELE.
Essa é a civilização defendida pela velha mídia e por seu jornalista símbolo.
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/03/02/velha-midia-defende-a-autorregulacao/
E a “nova mídia” petralha defende a velha censura stalinista.