O preço das passagens de ônibus interestaduais no Brasil é destaque na revista “Época” desta segunda-feira 27 de fevereiro. A reportagem “Vá de ônibus e pague mais caro” critica a postura oligopolista das empresas de ônibus e a ineficiência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), ao permitir que antigas concessões, algumas da década 50, ainda se mantenham em vigor.
A reportagem mostra que, ao escolher o trajeto Rio-São Paulo, o passageiro tem quatro opções de empresas rodoviárias (Expresso do Sul, Expresso Brasileiro, Autoviação 1001 e Itapemirim). Em tese a concorrência deveria fazer o preço variar, mas não é o que acontece. Os preços cobrados para uma passagem em um ônibus convencional são os mesmos em todas as empresas (todas seguem o teto fixado pelo órgão regulador).
Em quatro anos, a Gerência de Defesa do Usuário e da Concorrência, segundo a reportagem, descumpriu uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), recomendações do Ministério Público Federal (MPF) e decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) para lançar um edital de licitação das linhas interestaduais, que abriria mais o mercado. As estatísticas aletram: 98,5% das concessões das linhas interestaduais nunca foram licitadas. A ANTT vem prorrogando desde 2008, fazendo com que as empresas operem via Autorizações Especiais.
Confira abaixo o gráfico comparativo de tarifas de ônibus nos EUA e no Brasil:
Fonte: revista Época
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