O que era novidade até pouco tempo hoje transformou-se em mais do mesmo. O país conta com pelo menos 10 mil startups – a maioria envolvida com a criação ou aprimoramento de uma tecnologia. Por isso, para atrair o investidor, não basta ser apenas um empreendimento com algum potencial. É preciso inovar e, principalmente, ter potencial para crescer. E muito.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Startups, os empreendedores brasileiros conseguiram aportes de aproximadamente R$ 1,7 bilhão em 2012. Esse bom momento, entretanto, ficou para trás e a realidade atual é mais difícil. “O que se ouve hoje no mercado é que as empresas de venture capital estão muito mais conservadoras, está mais difícil levantar dinheiro”, descreve Gustavo Caetano, idealizador da Samba Tech e gestor da entidade.
“Agora, mesmo com uma boa ideia, um bom produto, o empreendedor vai ter que ralar um pouquinho mais”, afirma o especialista. Ainda segundo Caetano, o Brasil, que foi a ‘bola da vez’ nos últimos dois anos, abre espaço para outros países, como México e Colômbia, que têm conseguido por sua vez despertar o interesse dos investidores internacionais.
Mas o cenário com pancadas de chuvas, raios e trovões tem também suas aberturas de sol. Para Caetano, por exemplo, há campo para atuar no business to business. “Existe espaço para vender para pequenas e médias empresas”, diz. “Áreas como a de aplicativos para celular, sites de agendamento de médicos e (de horário) em salão de beleza também são quentes.”
Pablo Ribeiro, coordenador da Endeavor, acredita que o empreendedor pode atuar também com redes sociais e no desenvolvimento de soluções para o setor de educação. “O que falta é capacitação, mas isso é uma questão de tempo. O mercado tem amadurecido e estamos criando um ecossistema mais forte, com muito apoio ao empreendedorismo”, diz.
Quem recebe apoio de incubadoras ou aceleradoras, por exemplo, está um passo à frente. “Todo mundo está correndo para montar um negócio grande que dê certo, mas no mundo das startups a incerteza é muito grande, a maioria não vai existir daqui um tempo e isso fica claro quando o negócio começa a não atrair recursos”, reforça Gustavo Caetano.
Para quem tem potencial para receber recursos, é importante definir o caminho a seguir – optar por uma incubadora ou aceleradora. “Vejo incubadoras mais ligadas com pesquisa e desenvolvimento, com a academia. Quando você é uma empresa que depende disso, o acesso a esse tipo de organização faz mais sentido. Na aceleradora, você precisa crescer, precisa provar que tem como crescer em seis meses”, analisa Frederico Lacerda, um dos fundadores da aceleradora 21212.
Bilhão
Não existe estimativa a respeito do faturamento das startups no Brasil. Mas é possível desenhar um panorama próximo da realidade, segundo Lacerda. “Não há empresa que tenha chegado a R$ 1 bilhão, temos muitas ainda faturando na casa de R$ 100, R$ 500 milhões, e começamos a ver algumas indo para o caminho do R$ 1 bilhão”, afirma.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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