Uma recuperação concreta na intenção de investimentos na indústria ainda depende de um fator de estímulo mais claro. A constatação é do superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. Para ele, é necessário um sinal que mostre aos empresários que a economia está em recuperação e os estimule a voltar a investir. Campelo explicou que a valorização do dólar, principalmente no ano passado, poderia ter sido um estímulo para a indústria, já que as importações diminuíram e os produtos nacionais ficaram mais competitivos tanto no exterior quanto na demanda doméstica. Porém, com a baixa do dólar, esse impulso diminuiu. “Enquanto ainda houver dúvidas em relação à velocidade de recuperação da economia, o investimento tende a vir mais devagar.
A economia está se recuperando, mas não tem um fator de estímulo que seja claro, por enquanto. O setor externo parecia a grande chance, porque estimula a indústria quando a demanda interna está baixa. Mas então o câmbio voltou a cair”, explicou. Segundo o especialista, o estímulo ideal seria com ações governamentais como “programas de concessão, serviços públicos, estradas e portos”, já que o contexto econômico não é favorável. “A via externa não é um drive tão claro e pela expansão monetária também não, porque a inflação tem caído muito devagarzinho. Os juros também estão altos, então não tem como melhorar as condições de crédito. A situação fiscal também é ruim e é um ponto chave para dar um sinal de que a economia vai recuperar seus fundamentos e ter investimento” afirmou.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”.
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