Dos 80 senadores que compareceram à seção que decidiu o destino do então senador Demóstenes Torres, 56 — ou 70% do total — votaram pela cassação do seu mandato. Embora o julgamento, conforme as palavras do petista Humberto Costa semanas atrás, tenha sido político e não jurídico, a maioria ampla não deixa dúvidas quanto ao desejo da casa de se livrar da companhia incômoda.
A verdade é que Demóstenes já estava condenado quando o processo foi aberto – ainda que tenham seguidos todos os passos do rito processual estabelecido para casos dessa natureza.
No final, prevaleceu a constatação de que não havia clima para a permanência de Demóstenes. Pois bem… há pouco menos de um mês, o Senado do Paraguai, nos termos da Constituição do país, se reuniu para decidir o destino do então presidente Fernando Lugo.
Dos 45 senadores que votaram, 39 (ou 86% do total) entenderam que também não havia clima para a permanência de Lugo no poder. Tamanho era o desgaste do ex-bispo que ninguém saiu às ruas para defendê-lo.
O afastamento se deu sob a mais absoluta ordem. Lugo foi para casa anunciando sua candidatura ao Senado nas eleições do próximo ano. Ele está em liberdade, pode sair e voltar ao país quando bem entender, assim como se manifestar em público.
Não foi preso, não foi exilado nem tolhido em seu direito de expor suas ideias – como costuma acontecer nos casos de golpe de Estado na América do Sul ou em qualquer parte do mundo.
Por esse ponto de vista, a maioria que tirou Lugo do cargo foi mais ampla do que a dos parlamentares que puseram Demóstenes para correr. O impeachment paraguaio já seria um tema superado se não fosse a insistência dos governos do Brasil e da Argentina de agir em nome dos interesses do “bolivariano” Hugo Chávez.
A condenação brasileira ao Paraguai nas circunstâncias em que foi feita, convenhamos, é um retrocesso. Cerca de um ano e meio atrás, a postura adotada pelo país em sua política externa parecia se afastar das teses anacrônicas e terceiro-mundistas do tempo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O alento, no entanto, se desfez nesse episódio que envolve o Paraguai – mesmo porque, a suspensão do país vizinho do Mercosul foi a chave que escancarou as portas para o ingresso da Venezuela no bloco comercial.
Se a preocupação do governo brasileiro fosse com a democracia, a Venezuela seria o último país a ser aceito no bloco.
As interferências autoritárias de Chávez sobre o Judiciário e o Legislativo e a inclusão na Constituição local de dispositivos que asseguram sua permanência vitalícia no poder merecem ser tachadas de qualquer coisa – menos de democráticas.
Daqui a alguns meses, quando o tema for votado no plenário da Organização dos Estados Americanos, o Brasil, a Venezuela, a Argentina e Cuba estarão unidos na condenação ao impeachment do ex-bispo, enquanto os outros 31 estados membros da organização entenderão que, no Paraguai, o rito previsto na Constituição foi seguido. O nome disso é isolamento.
Fonte: Brasil Econômico
A diplomacia petista com sua politica estrábica sempre foi constrangedora! Lembrem – se de Honduras! Lula, CHAVEZ, Marco Aurélio Garcia, Celso Amorim! Fiascos e constrangimentos para o povo brasileiro! Agora, Cristina Kirchner, Dilma Vana Rousseff e Hugo CHAVEZ!
Com Patriota. É claro!
É lamentável que a maior parte dos jornalistas e pseudoespecialistas em política internacional vivam ainda em uma redoma anti-bolivariana, que muito lembra o macarthismo. Nosso neomacarthismo tupiniquim é tosco ao ponto de ideal seria se aliar ao senado paraguaio – imaginem o que sao os calheiros, sarneys e demostenes de lá- e é claro com a Colombia, Uribe, o país menos democrático da América Latina de longe devido as ligacoes historicas dos governantes com o tráfico de drogas.