A iniciativa privada responde por 5% das cidades brasileiras que recebem serviços de abastecimento de água e captação e tratamento de esgoto, segundo estudo divulgado hoje (30), em São Paulo, pela Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto (Abcon).
São 316 municípios atendidos por concessões plenas, parciais e parcerias público-privadas.
Segundo a publicação, a maior parte do país (70%) é atendida por companhias públicas estaduais e 25% por prestadoras públicas locais e microrregionais, como autarquias, sociedades de economia mista, empresas públicas e organizações sociais.
Paulo Roberto de Oliveira, presidente do conselho diretor da Abcon, criticou o baixo investimento no setor, que disse ser insuficiente para atingir a universalização.
“Precisaríamos de R$ 300 bilhões, que é um número expressivo, se considerarmos que hoje a gente investe só 10 bilhões por ano”. De acordo com ele, nesse ritmo, a universalização seria alcançada apenas em 2054.
“O cenário do setor de saneamento no Brasil é preocupante, para não dizer caótico. Principalmente em algumas regiões do país, Norte e Nordeste, a gente tem uma carência muito grande, principalmente na parte de esgotamento sanitário”, disse.
O panorama elaborado pela Abcon aponta que os serviços privados de saneamento estão nas casas de 19% da população urbana e obtêm 6,5% do faturamento total no país.
De todo o investimento destinado ao setor, a iniciativa privada respondeu 20% em 2014, índice considerado alto pela associação.
O secretário Nacional de Saneamento Ambiental, Alceu Segamarchi, do Ministério das Cidades, que participou da cerimônia de lançamento da pesquisa, defendeu a ampliação da participação da iniciativa privada nos serviços de saneamento no país.
“É impossível que o Brasil consiga, mesmo em 2054, atingir a universalização sem a participação maior da iniciativa privada. Os recursos do governo federal estão exauridos. Estamos falando de saúde, basicamente. A cada ano que a gente deixa de atingir as metas, sustentam-se os índices de mortalidade infantil”, disse o secretário.
“Ainda mais na crise atual que as prefeituras passam, com a falta de capacidade de investir, buscar recursos, passando por uma fase de contenção de despesas. Nós da iniciativa privada temos capacidade de gestão, tecnologias modernas, que reduzem custos operacionais e capacidade de buscar recursos. Temos chance de contribuir para o saneamento brasileiro”, ressaltou o presidente do conselho diretor da Abcon.
Fonte: “Exame”.
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