Enquanto a propaganda não começa na TV, as pesquisas eleitorais captam mais o efeito memória do eleitor do que sua real intenção de voto. Apenas 32% dos eleitores paulistanos têm o nome de um candidato a prefeito na ponta da língua. Na chamada pergunta espontânea, sem que o pesquisador do Ibope apresente ao eleitor os nomes de quem está concorrendo, a maioria não tem candidato: 45% não citam ninguém, e 23% declaram voto branco ou nulo.
Isso acontece porque muitos eleitores nem sequer tomaram conhecimento da eleição municipal. Segundo o Ibope, 50% do eleitorado tem pouco ou nenhum interesse pela eleição ou não soube responder.
Um dos reflexos desse desinteresse é que, quando o pesquisador pergunta ao entrevistado o número que ele precisará digitar na urna para votar no seu candidato preferido, nada menos do que 89% dos eleitores não souberam responder. Dos eleitores de Russomanno, por exemplo, ninguém disse “10”. A exceção, e mesmo assim parcial, é Haddad: 47% dos seus eleitores responderam corretamente “13”. Dos de Doria, só 14% disseram que seu número é “45”.
Para Marcia Cavallari, CEO do Ibope Inteligência, o aprendizado do número se dá quando começa a campanha televisiva. “Quem mudou de partido vai ter de ensinar o novo número ao seu eleitor, ou ele pode acabar votando no adversário.”
O problema pode atingir as ex-prefeitas Luiza Erundina (ex-PT e ex-PSB) e, principalmente, Marta Suplicy (ex-PT). No caso da candidata do PSOL, só 8% responderam que seu número é “50”. Para a candidata do PMDB, o problema tem potencial de ser mais grave. Três vezes mais eleitores (9%) responderam “13”, o número de seu antigo partido, do que os que disseram corretamente (3%) o “15” do PMDB.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”.
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