Segundo pesquisa, mundo enfrenta “crise sem precedentes” de confiança, que afeta em cheio os governos nacionais. Compare por país
Tem se sentido menos disposto a confiar? Você não está sozinho. Uma nova pesquisa mostra que o mundo enfrenta uma “crise sem precedentes” de confiança nas instituições — de governo e empresas à mídia e ONGs.
O estudo global “Trust Barometer 2017”, realizado anualmente pela agência de comunicação Edelman em 28 países, descobriu que 53% por cento dos entrevistados acreditam que o atual sistema global falhou.
Para a maioria, ele é “injusto e oferece pouca esperança para o futuro”. Em contrapartida, 15% das pessoas acreditam que o sistema funciona.
Surpreendentemente, o estudo indica que até mesmo a “fé” das elites está abalada: ao todo, 48% dos entrevistados pertencentes à faixa de renda mais elevada e 49% dos que possuem formação universitária dizem que o sistema falhou.
Ranking do descrédito
O governo continua a ser a instituição menos confiável pelo sexto ano consecutivo: em metade dos países pesquisados, 41% das pessoas disseram confiar no governo.
Já a confiança na mídia (43%) caiu bastante em relação ao nível de 2016 (48%), atingindo mínimo histórico em 17 países, enquanto as ONGs (53%) registraram queda na confiança de 10 pontos percentuais em 21 países.
A credibilidade dos líderes empresariais também está em perigo: a confiança na figura do CEO caiu 12 pontos percentuais globalmente, para um mínimo histórico de 37%, em todos os países da pesquisa. Porém, os governantes se saem pior , com apenas 29% da confiança do público.
Veja as instituições com maior descrédito nos 28 países pesquisados:
“As implicações da crise de confiança global são profundas e abrangentes”, diz Richard Edelman, presidente e CEO da Edelman, em comunicado da agência.
De acordo com o estudo, os movimentos populistas atuais são alimentados pela falta de confiança no sistema e pelos temores econômicos e sociais, incluindo corrupção (40%), imigração (28%), globalização (27%), erosão dos valores sociais (25%) e o ritmo da inovação (22%).
Das quatro instituições, os negócios são vistos como o único que pode fazer a diferença. Três em cada quatro entrevistados concordam que uma empresa pode tomar medidas para aumentar os lucros e melhorar as condições econômicas e sociais na comunidade onde opera.
Mas isso também pode mudar, diante do medo crescente em relação à estabilidade no trabalho.
A maioria das pessoas pesquisadas tem preocupações sobre a perda de empregos devido aos impactos da globalização (60%), falta de treinamento ou habilidades (60%), imigrantes que trabalham por menos (58%), perda de empregos para mercados mais baratos (55 %) e automação (54 %).
Fonte: “Exame”
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