Apesar de ter grande potencial para negócios, Brasília ainda patina no incentivo ao empreendedorismo. Entre 32 municípios brasileiros, Brasília ocupa a última colocação no quesito cultura empreendedora do Índice de Cidades Empreendedoras, criado pela Endeavor.
A estabilidade de carreiras públicas e a renda per capita alta são apontadas como razões para o nível baixo da cultura empreendedora na capital do país. A ideia do empreendedorismo como opção de carreira não é muito bem vista na cidade. Segundo a pesquisa, apenas 44,8% da população local incentivaria algum familiar a empreender, enquanto em São Luís (MA) o índice alcança quase 60%.
Além de ser pouco receptivo à ideia de empreender, o brasiliense não possui tanto contato com líderes transformadores da região. Apenas três em cada dez moradores de Brasília têm acesso a histórias de empreendedores locais na mídia e somente 72,2% dos habitantes disseram que “conhecem empreendedores pessoalmente” – uma taxa aquém do desejável, visto que em Natal (RN) esse índice encosta nos 90%.
Aqui, onde a cultura do funcionalismo público é especialmente presente, a sociedade tende a enxergar os empreendedores como pouco relevantes. Brasília tem a população que menos concorda com a expressão “eu acredito que o desenvolvimento do Brasil depende muito da iniciativa de empreendedores”: apenas 53,6% – em Belém (PA), a primeira nesse item, o valor fica próximo de 70%.
Em alguns casos – pasmem –, o empresário é tratado como vilão da economia: 15% dos brasilienses consideram que “empreendedores são pessoas que exploram seus funcionários”, a maior taxa verificada na pesquisa. Romper essa lógica estatizante é um desafio para Brasília. É hora de fortalecer o espírito inovador e empreendedor da cidade. Quanto mais forte a cultura da livre iniciativa, mais próspero é seu povo.
Fonte: Jornal de Brasília