“Braz, Quincas & Cia” (Companhia das Letras, 2002), de Antonio Fernando Borges, visita os personagens de Machado de Assis – principalmente Brás Cubas e Quincas Borba – em uma novela bem-humorada. O personagem principal é neto do irmão mais novo de Machado. O autor faz uma paródia sobre o humanitismo, filosofia criada por Quincas Borba.
O livro é uma narrativa de suspense, em homenagem à obra de Machado de Assis – capítulos curtos, digressões, citações da literatura universal, ironia aguda e pessimismo são algumas das marcas do estilo do “bruxo do Cosme Velho” que o autor usa neste romance.
A personagem escritor defunto decide iniciar suas memórias. Ele tentou o suicídio e não conseguiu, mas mesmo assim está morto. Em vida, o enfado tomava conta de sua rotina. Mas uma visita muda tudo: o advogado Faustino Xavier lhe traz o livro “Os perigos do individualismo: um tratado”, escrito em 1891 por J. Deus & Silva. E propõe então ao escritor que avalie a autenticidade da obra.
O escritor cede à tentação de folhear o volume e descobre que as idéias de J. Deus & Silva são assustadoras. Para enfrentar o tédio e a solidão, ele aceita a tarefa. O leitor, absorvido pela história, vai se deixar levar até o fim pela habilidade narrativa de Borges, que soube atualizar, com erudição e astúcia, a maestria do maior nome da literatura brasileira, Machado de Assis.
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