Vouchers servem apenas como medida transitória para separar o governo da educação, de maneira que os pobres possam ser educados em escolas privadas para se habilitarem a criarem riqueza de tal maneira que, em algumas décadas, seja possível também separar o governo dos nossos bolsos.
Mas vouchers, apenas, não resolvem. É preciso abrir o mercado educacional a quem quiser empreender.
A construção de uma sociedade de indivíduos livres com mentes independentes só é possível sem a intervenção estatal.
Sem a aplicação das instituições da livre iniciativa e da propriedade privada no mercado escolar, a transferência da demanda por vagas das escolas estatais para as não-estatais elevará o valor das matrículas e mensalidades e diminuirá a qualidade geral da educação.
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Então, um plano educacional feito para atender às necessidades da população deve combinar: separação absoluta do governo da educação, liberalização total do mercado, descentralização da gestão escolar, operacional, financeira e pedagógica, colocando-a a cargo de cada escola,o fechamento do MEC e das SECs em nível estadual e municipal e vouchers como transição.
Se a política dos vouchers for implantada sem a contrapartida da separação do governo da educação, não se resolve um problema e cria-se outro.
Me entendam, acho que o sistema de vouchers é necessário, talvez até indispensável num primeiro momento, mas ele não é suficiente para fazer da educação no Brasil o que eu idealizo para ela.
Fonte: “Instituto Liberal”, 30/07/2018