CPMF e COAF são duas instituições que violam direitos individuais e o debate joga luz à fronteira que separa o estatismo atávico e o liberalismo descomprometido.
Estatismo atávico é aquele que a pessoa se diz a favor do livre mercado mas aceita doses de violência que seriam necessárias para a manutenção do mercado livre dessa violência.
Isso é de um equívoco teórico e lógico catastrófico para a reputação de quem se diz liberal, mas ousa defender esses absurdos.
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Para esses, cabe a famosa frase de Ludwig von Mises que nunca aceitou comprometer, no sentido de conceder, afrouxar, seus princípios: “You are a bunch of socialists!”.
O liberalismo descomprometido significa a defesa inconteste da liberdade individual, base e finalidade de qualquer arranjo institucional.
CPMF é um imposto, antes de mais nada. Uma violência indiscutível. É um imposto onde a vítima dificilmente terá como escapar. Se uma mãe doar dinheiro para uma filha ou vice versa, o caixa do governo recebe a sua parte sem ter nada a ver com aquilo. A filha ou a mãe, provavelmente, já foram obrigadas a pagar imposto quando criaram o valor que estão transferido entre si.
O COAF é um dos tentáculos da organização criminosa chamada de Estado. É criminosa porque usa de violência para se manter e é organizada apenas para pilhar as vítimas. O COAF é um dos exemplos dessa organização tentacular.
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Se você defende a CPMF e o COAF, meu amigo, você é um daqueles socialistas que Mises denunciou. Você pode achar que é um liberal para consumo próprio, para enganar trouxas. A mim, que estou vivo, você não engana. Ao Ludwig von Mises, ao Henry Hazlitt, a Ayn Rand, caso estivessem vivos, você também não enganaria.
Comprometer, conceder, afrouxar como arma de política é deixar-se corromper pelo sistema em vez de modificá-lo. Com o tempo, você ainda vai dizer que o sistema como está deve ser preservado pelo bem comum e que a política o tornou moderado, porque ideias radicais ferem o senso majoritário.
Fonte: “Instituto Liberal”, 22/07/2019