A crise provocada pelo avanço da pandemia do coronavírus está levando muita gente a investir em novos negócios, como alternativa para geração de renda. Segundo levantamento da Junta Comercial de Minas Gerais, o número de empresas abertas em março e abril no estado superou o número de empresas fechadas no mesmo período.
Neste momento, tanto para quem decidiu abrir um negócio, quanto para quem busca manter sua empresa funcionando, entender as novas necessidades do consumidor e planejar usando a criatividade é o melhor caminho.
Em entrevista para o canal do Sebrae no Youtube, a especialista em Marketing Digital Ana Tex, compartilhou sua visão de que reinventar o negócio e levá-lo para o ambiente digital pode ser uma das maneiras de driblar a crise.
“Os salões de beleza, por exemplo, podem vender o retoque de raiz da seguinte maneira: a cabeleireira manda os produtos com todos os cuidados para a casa da cliente e depois ensinar virtualmente a misturar e a fazer o retoque”, aconselha. “O profissional pode até fazer combos, onde o cliente compra o produto e a mentoria online e ganha um voucher para usar após a reabertura do salão”, complementa.
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A dica das orientações online também pode ser aplicada para outros profissionais, como as diaristas. Ela conta o caso de uma profissional que, devido à pandemia, acabou sendo dispensada e hoje fatura vendendo mentorias de limpeza via WhatsApp.
“Muitas pessoas que contavam com a ajuda de uma faxineira dispensaram o serviço na quarentena. Algumas delas não sabem nem por onde começar a limpeza ou que tipo de material usar, então essa mentoria é bacana”, explica.
Nesse caso, a profissional ganha pela escala, já que consegue enviar os vídeos com as orientações para diversas pessoas. “Ela cobra R$ 29 por pessoa e já fechou duas turmas. Com isso, consegue faturar R$ 1.000 por semana”.
Outra solução para os pequenos negócios é a diversificação dos produtos de acordo com as tendências de consumo. As orientações do Ministério da Saúde sobre o uso de máscaras acabaram virando uma oportunidade de negócio para costureiras e lojas de roupa.
“Outro caso que eu acompanhei foi o de uma costureira que vendia moda fitness e começou a fazer máscaras para as pessoas mais próximas. Hoje, ela já exporta esse material para os Estados Unidos”, conta.
Para trabalhadores de setores mais afetados pela crise, como o de turismo, Tex recomenda o investimento em redes sociais. “Como fica um ponto de interrogação no setor de turismo, os agentes podem estudar sobre influência digital e começar a gravar vídeos”, afirma. Segundo a especialista, o investimento rende frutos no futuro, na reabertura da atividade.
“Plataformas, como o Youtube, demoram para ranquear os vídeos na primeira página, logo, se você plantar agora, as pessoas vão te encontrar no futuro. Então, esse é o momento de disponibilizar vídeos sobre destinos turísticos, colocando seu contato no WhatsApp”.
Para criar essas soluções, o profissional precisa estar focado e de olho nas tendências de consumo. A partir daí é possível oferecer produtos e serviços que já existem ou criar soluções que ainda não disponíveis no mercado. “A ferramenta Google Trends mostra o que as pessoas estão buscando nesse momento”, aconselha.
A plataforma gratuita aponta termos mais buscados no site de pesquisas. “O que as mulheres mais buscam: Como pintar a raiz do cabelo? Como ensinar filhos em casa? Tudo isso pode virar infoproduto”. Os Infoprodutos são produtos de informação digital que podem ser vendidos individualmente ou em grupo. “E você, empreendedor, independente do ramo, tem conhecimento para fazer isso”, incentiva.
+ Falta de planejamento e continuidade prejudica o país
Dicas
No final da entrevista, Ana Tex elencou dicas para quem ainda não está familiarizado com o uso da tecnologia na oferta de serviços. Confira:
1. Entender o Marketing Digital – Segundo Ana, o marketing digital é uma estratégia de chamar atenção ao produto ou serviço. A maneira mais eficaz é por meio da produção de conteúdo.
2. Vídeo – Por meio de vídeos é possível criar uma conexão muito maior com o público. O potencial cliente te vê e sente seu tom de voz, o que cria uma maior aproximação.
3. Plataformas – Invista na divulgação em várias plataformas, como Instagram e Youtube e WhatsApp profissional.
4. Meios de pagamento – Pesquise os meios de pagamento disponíveis e escolha o que melhor se adapta ao seu serviço.
5. Delivery – Entenda quais são os tipos de delivery e as taxas cobradas por cada um.
6. A união faz a força – Busque em fóruns a melhor solução para o seu negócio. Aquilo que funciona para uma imobiliária, nem sempre será aplicável para uma padaria ou uma ótica.
Fonte: “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”