“Acima de tudo, a revolução será estabelecida por uma constituição democrática… mas a Democracia não terá valor ao proletariado se ela não for imediatamente usada como um meio de tomar medidas diretas contra a propriedade privada e assegurar, então, a subsistência do proletariado.”
Engel, “Os Princípio do Comunismo”, 1847 (precursor do Manifesto Comunista)
Os economistas adeptos da escola econômica austríaca sabem que o socialismo não pode ser levado a sério, se for avaliado pelo seu conteúdo científico, dentro do campo das ciências sociais. Nunca conseguiu dar um bom padrão de vida aos pobres, como prometeu. E nunca dará como demonstra Ludwig Von Mises em diversos trabalhos em que estuda o socialismo. A extinção da propriedade privada, idéia central de Karl Marx, acaba com as atividades do mercado e impede a elaboração do cálculo econômico, tornando desordenada, ineficaz e muito custosa a produção e comercialização dos bens e serviços. A teoria de Mises é ratificada no campo empírico. O comunismo mostrou-se um sistema econômico ineficaz e gerador de pobreza relativa onde foi implantado. Não por coincidência, pois a mesma ineficácia vem sendo demonstrada em todas as democracias com alta participação do Estado (ver os “Índices de Liberdade Econômica” do “Fraser Institute” e “Heritage Foundation”).
Mas, justiça seja feita, não podemos culpar Karl Marx pela forma de comunismo existente no mundo, inclusive pelo ostentado pela Alemanha Oriental até a queda do Murro de Berlim, há 20 anos atrás. Não foi essa metodologia idealizada por ele. A de Marx precisava ser apoiada por uma democracia constitucional e, vejam, nessa o “muro” seria algo impensável. O sutil da metodologia de Marx é a possibilidade de os governos investirem contra a propriedade privada dentro de um regime democrático e sob a égide da lei. Trata-se de um meio mais brando de se chegar ao socialismo. Ele mantém a coerção do Estado, mas não a truculência atribuída ao comunismo de ter levado à morte cerca de 100 milhões de pessoas. Porém, a metodologia de Marx, semelhante ao estatismo vigente nos países da América Latina, inclusive Brasil, amparada por um sistema democrático constitucional, não é menos deletéria à vida, à liberdade e ao patrimônio dos seus habitantes.
Mas não podemos culpar Marx também pela extravagante dimensão dos governos nesses países e pelas altas taxas que vêm crescendo, via expropriação da renda do proletariado, principalmente no Brasil. A idéia dele era tomar dos ricos para dar aos pobres, bem diferente do que ocorre em nosso País. Aqui o governo toma 54% da renda do trabalhador com ganhos de até dois salários mínimos, na forma de tributos tipo IVA (IPEA, base 2008) e dá preponderantemente aos mais ricos. São impostos odiados pelo próprio Lênin, sob a alegação, vejam, de que reduziam o crescimento econômico e “a qualidade de vida dos pobres” (Pravda, 7 de junho de 1913).
No Comment! Be the first one.