Em que consiste o fenômeno da corrupção no Brasil? Quais as condições de sua existência? O que isso revela? Há uma perigosa tentação de responder a essas questões afirmando que o país nunca foi tão corrupto como é hoje e que isso se deve a uma crise de valores, a uma crise moral. Discutir as qualidades morais dos políticos a cada momento ou mensurar se o fenômeno da corrupção é maior ou menor do que antes não parece ser o melhor caminho para entendê-la. O fundamental é examinar por que a corrupção na vida republicana brasileira pós-ditadura militar tem sido um elemento constituidor importante da política nacional; por que tem dado sentido à luta política entre atores que disputam o poder, entre partidos, entre os poderes da própria República; por que tem dado sentido às relações entre a política e a sociedade civil e suas representações. A política brasileira entendida como um campo regido pela corrupção tem configurado um cenário de disputa política muito particular no país. E é das condições que possibilitam tal cenário que “A banalidade da corrupção: uma forma de governar o Brasil” (UFMG, 2011) retrata.
A banalidade da corrupção: uma forma de governar o Brasil
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Vou ler o livro, mas a coisa me cheira mal. Corrupção existe desde a origem da humanidade, obviamente, mas os países civilizados souberam coibi-la. Quanto aos valores, mudam, sim, geralmente para pior, como na Era lulista, que institucionalizou a corrupção, tornando-a legítima em nome de uma suposta grande Causa.
Lerei o livro, mas não me surpreenderia se o prefaciador fosse Zé Dirceu.