Com o intuito de transformar o Rio de Janeiro no novo “Vale do Silício da energia”, o programa MIT REAP, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, chega ao Sudeste para acelerar o empreendedorismo e trazer inovação à região. À frente do projeto está o Conselheiro da Economia do Conhecimento do Estado do RJ e especialista do Instituto Millenium, Roberto Motta, que conversou com exclusividade com o Imil.
“O REAP é um programa do MIT voltado para ajudar regiões a promover o crescimento econômico e o progresso social através do fortalecimento de ecossistemas empresariais usando inovação”, explica. O processo de candidatura conta com inúmeras regiões do mundo, porém, no máximo 8 são aceitas. O programa dura 2 anos e cada região monta um time com representantes do governo, entidades de capital de risco, universidades, empreendedores e grandes empresas. Com a metodologia utilizada, o grupo passa a estudar o ambiente de inovação que existe naquela região e a desenvolver uma estratégia para melhorá-lo”.
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O foco da proposta no Rio de Janeiro será sustentabilidade e energia. “O objetivo é desenvolver um ecossistema de inovação em energia e esperamos que o impacto desse programa no Rio seja transformador, já que irá se juntar a uma série de outras iniciativas que estão em andamento, do governo, da iniciativa privada, de outras entidades, que buscam reinventar a economia do estado”, comenta Motta.
Inovação
O especialista analisa que, por conta da cultura brasileira, burocrática e centrada no Estado, ainda é muito difícil trazer inovações para o Brasil. “Temos uma máquina pública inchada e muito cara. O Estado brasileiro consome quase 50% do PIB, ou seja, praticamente metade de tudo que a gente produz vai para sustentá-lo. Nós precisamos caminhar na direção de maior liberdade econômica. Ou seja, reduzir a burocracia, melhorar a segurança jurídica, reduzir a carga tributária, o número de impostos, além de simplificar a legislação e nossas regulamentações, que são extremamente complexas”.
Para ele, o mais importante seria a reformulação do sistema de ensino de escolas públicas e privadas, para que haja mais liberdade para abordar o que é realmente relevante aos alunos. “Eu tenho a impressão que só agora estamos aprendendo a usar essas novas ferramentas tecnológicas para alterar os fundamentos da nossa economia. Para o futuro vejo que temos uma economia diferente, a do conhecimento, na qual não faz mais muita diferença o capital que você tem investido em máquinas, equipamentos ou instalações industriais. O que importa é o capital que você tem investido em conhecimento. Por isso, acredito que o Brasil tem agora uma chance de recuperar o tempo perdido”.