Mainstream é o termo em inglês que significa corrente principal. No Brasil, a corrente econômica de pensamento principal sempre foi a keynesiana. Foi praticamente a única até surgirem recentemente outras como contraponto.
Monetaristas, por exemplo, são o mainstream entre os liberais, que também flertam com os austríacos.
O monetarismo surgiu na Universidade de Chicago e seu maior expoente foi Milton Friedman. Oriundo da Universidade de Chicago e conhecedor tanto do monetarismo quanto da escola austríaca, Paulo Guedes começa a definir seus auxiliares no ministério que chefiará.
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No Brasil, criou-se uma economia mista onde o governo tem participação colossal, o que torna a sua existência disfuncional. A escola keynesiana vê no governo um promotor do desenvolvimento. A escola monetarista e principalmente a austríaca discordam frontalmente dessa visão, por isso nunca chegaram a se tornar mainstream no Brasil. A mentalidade majoritária por aqui é coletivista e estatizante.
Marxismo, nacionalismo desenvolvimentista, fascismo, corporativismo e patrimonialismo fazem parte do pensamento mainstream que gere a política econômica do Brasil há décadas. Vendo quem está sendo cogitado para o governo nessa área, podemos dizer “bye bye” para o pensamento mainstream no governo brasileiro.
Eu preferiria que as escolas liberais de pensamento econômico se transformassem em escolas mainstream, mas isso vai depender do sucesso do Paulo Guedes e sua equipe no governo do até então nacionalista desenvolvimentista Bolsonaro.
Se o Bolsonaro entender e adotar as ideias liberais como ele tem dito, o povo brasileiro com algum poder cognitivo compreenderá e apoiará também. Seria muito bom fazermos em quatro anos a nossa Revolução Industrial ou a Revolução Liberal que varreu o sindicalismo e o estatismo nas décadas de 1980 e 1990, principalmente nos países de língua inglesa e até mesmo na China e no Leste Europeu.
Fonte: “Instituto Millenium”, 01/11/2018