Todos os lugares do mundo que enriqueceram, o fizeram combinando respeito às instituições (livre iniciativa e propriedade privada) com virtudes pessoais (racionalidade, produtividade, honestidade, integridade, independência, justiça e autoestima). Isso é a combinação de capitalismo com a força empreendedora do indivíduo na busca da sua felicidade.
Pensem bem, a realidade mostra que isso é possível. Se vocês acham que no Brasil isso não é possível, a culpa não é das ideias, mas das pessoas. Se as ideias capitalistas que defendem a livre iniciativa e a propriedade privada trouxeram resultados impressionantes para países tão diferentes quanto Suíça, Japão, Chile, Hong Kong, Estados Unidos, China, Irlanda, Alemanha, Estônia ou Holanda, por que não traria para o Brasil?
O que nos faz patinar há décadas, sempre enrolados com ideias equivocadas que privilegiam a coerção em detrimento da liberdade? Ideias que esvaziam o sentido de propriedade privada para ali implantar a tragédia dos comuns? Ideias de que a felicidade alheia deve ser fruto de algum logro, que se alguém está lucrando é porque outro está perdendo?
Será que é a mentalidade coletivista calcada nas frustrações psicológicas geradas pela inveja e pela culpa? Ou é a incompreensão de como funciona a realidade, por séculos de má educação que leva o povo e a elite a acreditar nas ideias racionalistas, religiosas e seculares, que pregam o sacrifício, próprio e alheio?
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Precisamos de três choques para tirar o Brasil do atoleiro, um choque de realidade, um choque de liberdade e um choque de personalidade. Choque de Realidade, para enxergarmos o mundo como ele é, seguir os exemplos que deram certo, abandonando as fórmulas que só dão errado. Choque de Liberdade, para pensarmos, agirmos e sermos felizes, cada um à sua maneira. Choque de Personalidade, adquirindo o hábito de colocar em prática as virtudes que podem nos levar a florescer e prosperar.
O Brasil só será um país rico se cada um dos brasileiros puder fazer o que estiver ao seu alcance, exercitando o seu potencial, num ambiente de liberdade, para sonhar, criar e produzir riqueza. Riqueza em todos os sentidos, representada por valores materiais, intelectuais e espirituais.
Não existe um Brasil rico sem um brasileiro que enriqueça trabalhando para si e para os demais. Assim como riqueza nacional não existe, interesse nacional também não. A riqueza nacional não existe para ser distribuída, é a riqueza individual que deve ser criada e o seu somatório serve apenas para fins estatísticos.
O interesse nacional não existe para ser buscado, é o autointeresse dos indivíduos que os levam a agir para buscarem seus propósitos e a eventual felicidade.
Um país feliz só é possível, se e quando os indivíduos, na busca da satisfação de seus próprios interesses, criarem os valores que atenderão os seus propósitos pessoais.
A saída para o Brasil é abandonar as ideias coletivistas e abraçar de vez o individualismo. Isso não significa buscar o próprio interesse a qualquer custo, sacrificando a si mesmo e aos demais. Não é enriquecer mentindo, trapaceando ou roubando. Não é viver isolado como se estivesse numa ilha deserta, onde esse conceito nem teria porque existir.
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Individualismo é ter a clara noção de que, para alguém florescer e prosperar, é preciso cuidar do seu autointeresse de forma racional, criando valor para os outros para obter em troca o que os outros têm a oferecer.
Individualismo é cooperar e transacionar com o maior número de pessoas que se é capaz para que se possa obter o máximo que a sociedade tem e pode oferecer.
Reconhecer a realidade, ser livre para agir e agir com base em valores éticos racionalmente estabelecidos é o único caminho que leva os indivíduos à felicidade.
A felicidade dos indivíduos é a felicidade da sociedade.
Fonte: “Instituto Liberal”,17/04/2018