Quando uma pessoa guarda dinheiro em uma poupança para financiar sua aposentadoria, o banco onde o dinheiro tiver sido depositado não ficará pedindo uma prova de vida para ela. Ele vai receber, guardar, remunerar o dinheiro depositado, pagando ao poupador quando este quiser sacar.
Numa sociedade racional e consequentemente livre, o indivíduo precisa guardar dinheiro suficiente para poder viver o resto da sua vida sem precisar mais trabalhar. O único trabalho que terá será gastar o dinheiro que acumular com aquilo que desejar, cuidando apenas para não ultrapassar suas possibilidades. Quando a pessoa morrer, o que tiver sobrado irá para um herdeiro ou um beneficiário escolhido por ela, se houver algum.
Aquele que não poupar dinheiro suficiente para viver sem trabalhar, terá que continuar trabalhando até morrer ou acabará sustentado por alguém. Na pior das hipóteses ficará na miséria.
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Evitando o colapso
Quando uma pessoa se aposenta pelo INSS ela é obrigada a apresentar anualmente uma prova de vida. Fico imaginando a tristeza do funcionário do INSS quando o pensionista prova que está vivo. Afinal, prova de vida significa que o INSS terá que continuar pagando aquela pensão.
Interessante é que se a pessoa pagar por trinta anos para o INSS e morrer um mês depois de conquistar a aposentadoria, todo o dinheiro acumulado ficará com o governo. O dinheiro que restar, ficará à disposição do INSS para ser consumido no sustento daqueles que seguem vivos, além de pagar o custo operacional do sistema.
Isso sugere a ideia de que, para o INSS, aposentado bom é aposentado morto. Talvez tenha sido por isso que o governo criou também o SUS. A probabilidade de um aposentado não apresentar prova de vida para o INSS aumenta na medida em que ele depende do SUS para continuar vivendo.
O governo e seus programas são financiados por quem trabalha e paga impostos. Jovens trabalhadores são uma conta de ativo para o governo, enquanto são jovens e trabalhadores, o governo ganha. Velhos doentes ou aposentados são uma conta de passivo para o governo, enquanto velhos doentes usam o SUS e aposentados vivem do INSS, o governo perde.
Não há nenhum incentivo para o governo tratar bem e de maneira digna os velhos e doentes. As políticas públicas socialistas são contra producentes quando pensamos no bem-estar das pessoas. O governo lucra quando elas pagam impostos ou quando elas deixam de receber benefícios.
Como o governo não está sujeito à concorrência e como ele tem, ainda por cima, o poder de coerção, ele faz o que bem entende com aqueles que dependem dele. Os pobres coitados que usam o SUS e o INSS contam apenas com a boa vontade daqueles servidores que conseguiram manter seu espírito humanitário.
Agora, espírito humanitário é raro de se manter quando a pessoa trabalha para uma organização que funciona como uma máfia, que usa de coerção para se sustentar, que ganha mais quando doentes e velhos morrem.
Para que uma sociedade seja livre, ela precisa ser racional e qualquer pessoa que preza a liberdade e é racional sabe que o governo não pode prestar serviços para o bem-estar da população, o governo é um monstro que quer a todos devorar.
Fonte: “Instituto Liberal”, 17/01/2018
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