“O que é cringe?” foi um dos itens mais buscados na internet nesta semana. “Cringe” é a palavra usada pelos jovenzinhos da “Geração Z” (ou pós-millenials) para definir certas atitudes e coisas vistas por eles como “cafonas”, “vergonhosas” ou que despertam “constrangimento”. Estão na lista de ser cringe: assistir ao seriado “Friends”, gostar de tomar café da manhã e usar palavras como “boleto” (nota do autor: eu sou cringe).
Trazendo isso ao mundo dos investimentos: o Brasil há tempos não é visto como a bola da vez pelos investidores estrangeiros. Será que o Brasil tornou-se cringe para os gringos? Foi essa a temática da conversa do Coffee & Stocks de hoje com Betina Roxo, estrategista-chefe da Rico.
Betina usou como base as várias interações que a equipe da XP teve com investidores estrangeiros nas últimas semanas e a conclusão foi: os gringos estão começando a ficar otimistas com Brasil, mas alguns motivos mantêm certa cautela (não vamos escrever a expressão “cautelosamente otimistas” pois isso é pior que ser cringe). Betina citou 3 motivos de cautela: eleições em 2022; o cenário fiscal de curto e longo prazo; e a expectativa para a taxa de câmbio.
Gigante ao tributar, Estado brasileiro consegue ser nanico ao entregar serviços de qualidade
A conclusão do papo: os estrangeiros preferem estar em empresas de alta qualidade (margens altas, maior chance de consolidação) e que estejam com preços atrativos. No filtro feito pela equipe da Betina, eles encontraram uma lista de empresas que entram nesse perfil, tais como B3 (B3SA3) e Tim (TIMS3) – a lista completa está no relatório Rico Matinal, divulgado aqui.
Além disso, os estrangeiros não estão muito posicionados em empresas de commodities ou bancos (que são as grandes empresas em participação no Ibovespa), o que é um fator positivo, pois isso abre espaço para um possível fluxo gringo caso a percepção de risco do Brasil melhore. Ou seja: se você acha que investir no Brasil é “cringe”, você corre risco de perder uma boa oportunidade de investimentos. Fica a dica da geração anterior.
Fonte: “InfoMoney”, 25/06/2021
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