O governo pretende arrecadar neste ano R$ 150 bilhões com privatizações. A meta foi divulgada nesta terça-feira pelo secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar. Ao todo, a expectativa é se desfazer de 300 ativos, incluindo as 210 subsidiárias da Eletrobras.
Questionado sobre a viabilidade de a privatização da Eletrobras receber apoio no Congresso, Mattar afirmou que considera que a aprovação da reforma da Previdência foi um sinal de que o Legislativo está mais favorável à agenda econômica do Executivo.
– Quando iniciamos a conversar sobre a reforma da Previdência, no início vocês viram a quantidade de barulhos, ruídos, resistência. A reforma da Previdência passou maravilhosamente bem. O Congresso brasileiro é responsável, agiu com sensatez e com cuidado com a coisa pública — afirmou o secretário.
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Mattar também disse que o governo enviará ainda em fevereiro um projeto para agilizar as privatizações, no mecanismo que ficou conhecido como “fast track” (pista rápida, em inglês). O texto listará empresas que serão sujeitas a novas regras, como prazos mais curtos para contratação de consultorias e obrigatoriedade de que a companhia vá diretamente para o Programa Nacional de Desestatização (PND).
Principal ativo a ser privatizado no ano, a Eletrobras não será incluída no “fast track” porque o governo entende que o processo já está relativamente avançado, com o projeto prestes a ser discutido no Congresso.
O secretário voltou a afirmar que as chamadas “joias da coroa” não serão vendidas. O grupo é formado por Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
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— O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras não serão privatizadas — frisou o secretário.
Mattar afirmou ainda que o governo deve privatizar os Correios, mas o negócio só deve ser finalizado em 2021. O secretário disse ainda que a liquidação da empresa seria uma das últimas opções e está praticamente descartada.
— (A privatização dos) Correios vai dar um pouco mais de trabalho. No caso dos Correios, mais para final de 2021 — disse Mattar. — Tudo é uma opção, mas essa é uma das últimas opções. Tem ativos que valem. Tem uma rede de distribuição que vale. Diria que a liquidação está fora de cogitação.
Fonte: “O Globo”