Os índices acionários de Nova York fecharam a sessão dessa segunda-feira (31) sem direção única, mas encerraram o mês com os maiores ganhos desde abril. O Dow Jones e o S&P 500 fecharam também o melhor mês de agosto desde 1984, mas, para o Nasdaq, este foi o melhor mês desde apenas 2000, no auge da bolha da internet.
O Nasdaq fechou em alta de 0,68%, a 11.775,46 pontos, renovando o seu recorde de fechamento pela sétima vez em oito sessões e acumulando ganhos de 9,58% no mês de agosto. O S&P 500 fechou a sessão em queda de 0,22%, a 3.500,31 pontos, mas subiu 7,00% no mês, enquanto o Dow Jones recuou 0,78%, a 28.430,05 pontos, acumulando alta de 7,55% no período.
A sessão desta segunda viu oscilações, sem um catalisador claro para dar direcionamento às ações, enquanto os investidores aguardam os dados do mercado de trabalho americano. O importante relatório, o chamado “payroll”, de agosto será divulgado na sexta-feira (4), mas, antes disso, os dados de seguro-desemprego saem na quarta-feira (2). O número de pedidos de seguro-desemprego, por sua vez, voltou a ultrapassar a marca de um milhão há duas semanas e se manteve acima deste nível na semana passada.
Os catalisadores para os ganhos no mês de agosto, porém, são bem claros: a atuação do Fed tem dado suporte aos mercados financeiros e, na última quinta-feira (27), o BC americano reforçou a visão de que os juros permanecerão baixos, com a adoção de uma nova abordagem para a inflação nos EUA, com a autoridade monetária passando a permitir que os preços subam a um ritmo superior à meta de 2% por algum tempo sem elevar os juros após um período prolongado de inflação abaixo do objetivo.
“Eles confirmaram juros mais baixos por mais tempo, até onde a vista alcança”, disse Richard Dunbar, pesquisador-chefe de multimercados da Aberdeen Standard Investments, à Dow Jones Newswires. “Junto com a confirmação de dinheiro barato e uma taxa de desconto baixa, passamos por uma temporada de balanços corporativos que foi bem melhor do que se temia.”
Após 98% das companhias que compõem o S&P 500 terem divulgado seus balanços, 84% delas superaram as expectativas de consenso, de acordo com dados do FactSet. Ainda assim, os lucros corporativos destas companhias recuaram 37% durante o segundo trimestre, anotando a pior queda desde que a FactSet começou a recolher este dado, no primeiro trimestre de 2002.
Os ganhos continuaram sendo impulsionados pela boa performance das gigantes americanas de tecnologia. No S&P 500, o setor subiu 11,83% em agosto, liderando os ganhos no índice amplo de Wall Street. As ações do setor de serviços de comunicação também fecharam próximas da ponta positiva do índice, enquanto os setores considerados mais defensivos, como o de serviços de utilidade pública (-3,12% no mês) e imobiliário estiveram entre os perdedores de agosto.
As gigantes de tecnologia foram especialmente beneficiadas neste ano de crise pela percepção de que são menos vulneráveis aos impactos econômicos gerados pela pandemia de Covid-19. No ano, o setor de tecnologia do S&P 500 acumula ganhos impressionantes de 34,82%.
Fonte: Valor Online, 31/8/2020