A humanidade hoje é menos violenta do que foi nos séculos anteriores? Bem, depende do seu ponto de vista e, principalmente, do país onde se vive. Enquanto alguns países conquistaram níveis quase zero de violência, outros acabaram entrando em conflitos intermináveis e deixando a guerra ou violência fazer parte do cotidiano de seus cidadãos. Um levantamento mapeia e mostra essa desigualdade e discrepância. Em sua nona edição, o Global Peace Index traz o ranking dos dez países mais violentos e dos dez mais pacíficos do mundo. “Essa é, sobretudo, uma história sobre a desigualdade”, disse Aubrey Fox à Fast Company. Fox é diretor do Institute for Economics and Peace, organização dos Estados Unidos responsável pelo Global Peace Index.
O Global Peace Index mostra que 81 países tornaram-se mais pacíficos nos últimos oito anos, enquanto 78 – entre eles, Iraque, Síria e Sudão do Sul – ficaram cada vez mais violentos. E a tendência, nesses casos, é piorar. “Basta olhar para estes enormes problemas como os refugiados e milhares de descolamentos internos, o terrorismo, o alto número de conflitos internos”, diz Fox . “Então você encontra países que estão presos a ciclos tão viciosos que é extretamente difícil para eles escaparem dessa situação”.
Dos 20 países mais pacíficos, 15 encontram-se na Europa. Devido a um aumento da agitação civil e atividade terrorista, o Oriente Médio e os países do norte de África constituem atualmente as regiões menos pacíficas do mundo. Globalmente, a intensidade do conflito armado tem aumentado dramaticamente – fator que resulta em cada vez mais mortes civis decorrentes dos conflitos. Em 2010, foram 49 mil pessoas mortas. Já em 2014, o número ficou próximo de 180 mil pessoas.
Para elaborar o índice, o Institute for Economics and Peace analisou 23 indicadores – qualitativos e quantitativos – de 162 países. O Brasil aparece na 103ª posição com um nível de violência considerado “médio”. Os indicadores foram agrupados em três temas principais: o nível de segurança para a população daquele país, o número de conflitos domésticos e internacionais e o grau de militarização – ou desmilitarização. Segundo o relatório, a violência custa cerca de US$ 14,3 trilhões à economia por ano, ou seja 13,4% do PIB global.
“O desafio para o mundo é ver se é possível reverter as enormes quantidades de dinheiro gastos para conter ou controlar a violência para investir em fatores que, de fato, transformem uma sociedade, no sentido da paz”, diz Fox. O especialista afirma que esses investimentos poderiam ser direcionados para melhor governança do estado, contenção da corrupção e justiça, para criar uma sociedade mais estável.
Fonte: Época.
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