O Brasil é o quinto maior mercado para investimentos estrangeiros diretos (IED). O dado, referente a 2010, é do World Investiment Report 2011, da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Em 2009, o Brasil ocupava a 15ª posição entre as nações que mais recebiam investimentos estrangeiros, com a atração de US$ 25,9 bilhões. No ano passado, o Brasil recebeu US$ 48,4 bilhões em IED, superado apenas pelos Estados Unidos (US$ 228,2 bilhões), pela China (US$ 105,7 bilhões), por Hong Kong (US$ 68,9 bilhões) e pela Bélgica (US$ 61,7 bilhões).
Um levantamento feito pela Unctad entre as empresas multinacionais apontou o Brasil como um dos países mais citados para investimentos, atrás de China, Estados Unidos e Índia. Isso faz com que até 2013 o Brasil deva subir mais uma posição. Em relação a 2009, o relatório mostra ainda que os fluxos globais de investimento direto em todo o mundo cresceram 5% no ano passado em relação a 2009, atingindo US$ 1,24 trilhão. Segundo a Unctad, foi a primeira alta em três anos.
Segundo Rolf Kuntz, o ingresso de capitais no Brasil é explicável em boa parte pelo tamanho da sua economia, pelas perspectivas de crescimento e pela resistência à crise internacional. Mas os juros, entre os mais altos do mundo, e as possibilidades de ganhos especulativos em curto prazo são sem dúvida importantes fatores de atração. Sejam quais forem as motivações, o efeito sobre o câmbio é a valorização do real.
Antes de uma reversão, a maior parte dos produtores brasileiros tem de enfrentar outras ameaças. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, o déficit comercial do setor de transformação deve aumentar de US$ 33,5 bilhões em 2010 para US$ 51,1 bilhões neste ano. Em 2007, quando a valorização cambial começou a tomar impulso, a indústria de transformação ainda fechou o ano com um superávit de US$ 19,5 bilhões.
Fonte: com informações da revista “Época”
Leia o artigo de Rolf Kuntz (“A inundação continua”) sobre as medidas do governo para conter a valorização do real.
Gustavo Franco explica “Por que o Brasil é campeão mundial de juros altos”. Leia o artigo.
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