A corrupção representou perdas de 30% para toda assistência ao desenvolvimento dos países em 2011. A constatação foi anunciada pelo Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, em 9 de julho, durante o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), em Nova Iorque.
Segundo o Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov, todos os anos, cerca de R$ 40 bilhões são desviados de países em desenvolvimento.
Para o cientista político e especialista do Instituto Millenium, Bruno Garschagen, a corrupção não é uma exclusividade dos países em desenvolvimento. “Os países desenvolvidos também têm problemas de corrupção. No caso dos países em desenvolvimento, isso fica mais evidente porque como quase tudo é muito ruim quando acontece um grande escândalo de corrupção todas as outras coisas que não funcionam acabam se tornando ainda mais graves.”
A ação dos organismos internacionais
Para evitar o desvio do dinheiro que deveria estar sendo investido em saúde, educação e transportes públicos, o painel da ONU sugere que os países se integrem a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, o primeiro instrumento global com poder vinculativo a obrigar os Estados a prevenir e criminalizar a corrupção.
Para Garschagen, os organismos internacionais tem um raio de ação limitado no que diz respeito ao combate ao desvio de verbas públicas. “Não acho que a ONU consiga fazer mais do que dar declarações e tentar ajudar os países que quiserem a adotar um mecanismo ou outro para tentar impedir a corrupção”, analisa.
Segundo o cientista político, o desvio de recursos é um problema que exige ações locais. “Você só consegue minimizar a corrupção com soluções domésticas”, conclui.
Se você quer acabar com uma infestação de formigas, pare de espalhar açúcar pela casa. O engraçado é o governo pedir verba para combater a corrupção, é como pedir mais queijo para acabar com os ratos.