Um dos temas mais debatidos pelo meio empresarial e governamental no momento é a produtividade. No entanto, o termo em si mais complica do que ajuda. Para alguns meios de comunicação, a associação do tema está para questões macroeconômicas e a busca pelo crescimento sustentado. Para outros pesquisadores, esta é uma área de estudo da gestão, com foco em aspectos operacionais e de melhoria contínua. Quem estaria certo? Alguém estaria errado? Ou seria possível unir as duas visões?
Se a produtividade for analisada pelo olhar macroeconômico, pesquisadores como o economista José Alexandre Scheinkman, da Universidade Columbia, merecem destaque. Entrevistas recentes do referido professor argumentam que ganhos de produtividade somente poderiam ser percebidos com o aumento da qualidade da educação e pelo desenvolvimento das grandes cidades, algo também proposto pelo professor Edward Glaeser, de Harvard.
Outros economistas, citando o ex-Diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman, vêm optando por analisar questões relacionadas ao custo da mão de obra no Brasil, com destaque para o setor de serviços, sua crescente inflação e a urgente necessidade para a modernização do setor industrial, com maiores investimentos em tecnologias de ponta e ganhos de escala.
Pesquisa recente do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, direcionada para o setor de energia sugere um novo olhar para este debate. Se por um lado a macroeconomia deve ser respeitada e minuciosamente estudada, o ambiente empresarial e a sua capacidade de adaptação também. Através de modelagem econométrica, resultados como melhores práticas de gestão e maior interação com as cadeias produtivas vem apontando resultados interessantes.
Para as empresas envolvidas nesta pesquisa, as análises quanto à qualidade da educação, das cidades em que operam e o investimento em novas tecnologias é importante. Mais importante, é compreender a relação entre o desempenho de variáveis de investimento versus custo operacional. Um dos pontos relevantes é a relação entre o aumento do custo operacional e retornos sobre o investimento. Isto é, para cada 1,08% de aumento de custos o retorno seria de 2% do investimento. Neste caso, a produtividade seria maior caso houvesse uma melhoria na capacidade instalada, sendo o oposto das práticas atuais, em que cortes orçamentários são percebidos.
Para a pesquisa do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC, a produtividade empresarial seria uma proxy das análises econômicas. Como resultado, a produtividade estaria associada às práticas de inovação de processos, pois estimulariam a melhoria de gestão e aumento dos resultados, algo proposto por Schumpeter, no livro “Business Cycles”, de 1939.
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