Segundo matéria publicada no jornal “O Globo” desta sexta-feira, 27, a Petrobras foi citada ontem em um debate sobre a América Latina, em Davos, como exemplo de Capitalismo de Estado, uma fenômeno comum do mundo emergente, no qual o Estado assume o lugar de empresas privadas em determinados setores. Durante o debate alguns empresários alertaram sobre os perigos da expansão dessa prática.
O empresário venezuelano Lorenzo Mendoza, das Empresas Polar, argumentou: “Isso pode ter uma tremenda implicação política. (O poder que o Estado está adquirindo na economia) é extremamente preocupante e perigoso para as democracias. E já foi provada que a presença demasiada do Estado prejudica a inovação e traz problemas de transparência. Isso tem que ser discutido.”
O ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli reagiu: “Isso é um temor normal. O problema é que o uso dos recursos excedentes gerados na América Latina não foram reinvestidos no desenvolvimento e no crescimento”.
O especialista do Instituto Millenium, Rodrigo Constantino, ao participar do 2º Fórum Democracia e Liberdade promovido pelo Imil em maio de 2011, fez duras críticas ao Capitalismo de Estado. Segundo o economista, “em um Estado que controla fábricas de papel, o jornalismo se vê refém do governo. Quando o estado controla o grosso da circulação do capital, ele detém toda a economia nas suas mãos.”
Na edição da semana passada, a revista britânica “The Economist” trouxe uma análise sobre o fenômeno do Capitalismo de Estado e pontuou suas implicações: “1) ao privilegiar um grupo de companhias, o Estado prejudica as outras; 2) companhias estatais usam seu capital de forma menos eficiente que as privadas; 3) companhias estatais têm menos capacidade de inovar; 4) os Estados podem manipular os mercados para ajudar suas empresas.”
A revista enfatizou o papel da China na propagação desse modelo, mas destacou sua presença nos países pertencentes ao BRICs e a África do Sul: “Ogoverno, que abraçou a privatização nos anos 1990, está interferindo com empresas como a Vale e a Petrobras e insistindo para que companhias menores se fundam para formar campeões nacionais”.
Fonte: O Globo e revista Época
Tal politica pode nos conduzir para o emparedamento da democracia, pavimentando a estrada que nos conduz ao FASCISMO!
Diria que o problema do tal ‘Capitalismo de Estado’ não é o fato em si do Governo controlar esta ou aquela empresa, e sim a eficiência que a empresa controlada pelo Estado terá como atividade econômica e o total de dividendos que ela gerará para a sociedade, não apenas para o Estado. Outrossim, sabemos que o controle estatal está sempre muito sujeito ao ‘aparelhamento’ das empresas pela militância política dos partidos de oposição, que interfere negativamente na eficiência destas empresas.