Este ano, a economia europeia começou a apresentar sinais de recuperação. Porém, o endividamento e o desemprego da população estão longe do fim. Dados do Banco Central Europeu (BCE) mostram que a fraqueza econômica ainda afeta a região, que luta para crescer 1% no próximo ano.
No entanto, em meio à tamanha crise econômica, como o euro consegue se manter forte? Uma moeda fraca é um fator determinante para a competitividade no mercado externo. Países com moeda forte vendem seus produtos mais caros no exterior. A Europa, dependente das exportações para impulsionar o crescimento, tem bons motivos para temer um euro forte. Alguns líderes europeus, como o presidente francês, François Hollande, temem que a valorização do euro esteja prejudicando os exportadores europeus.
Dois fatores são responsáveis por manter o euro forte em meio à crise. O primeiro é a redução de chances de fragmentação da União Europeia e, por consequência, do fim do euro. O outro motivo é a apertada política monetária europeia. A taxa de juros do continente é maior do que em outros locais, enquanto a inflação é menor. Essas pequenas diferenças geram lucro para a prática do carry trade, em que o investidor pega dinheiro emprestado de países com taxa básica de juros menor para comprar papéis de países com taxas mais altas. No caso específico do euro, os investidores usam dólares para comprar euros e estocar o dinheiro em bancos europeus.
O BCE tem algumas opções para conter a valorização do euro e desestimular o carry trade. O órgão pode adotar o pagamento de juros negativos em depósitos. Outra saída é recorrer à prática chamada quantitative easing, que consiste em aumentar o dinheiro em circulação para desvalorizar a moeda e estimular a economia.
Fonte: Opinião & Notícia
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