Risco de racionamento, aceleração da inflação, tendência de alta dos juros e piores perspectivas para o mercado de trabalho impactam o ICC, que fechou o mês aos 85,4 pontos
A confiança do consumidor recuou 4,9% em fevereiro em relação a janeiro, na série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quarta-feira. Com o resultado, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) fechou o mês em 85,4 pontos, o menor patamar de toda a série histórica, iniciada em setembro de 2005.
“A combinação de aceleração da inflação, manutenção da tendência de alta dos juros, piores perspectivas para o mercado de trabalho e aumento do risco de racionamento hídrico e energético deflagrou uma onda de pessimismo entre os consumidores brasileiros no início de 2015. Essa percepção negativa sobre os rumos da economia deve contribuir para aprofundar a desaceleração do nível de atividade”, avaliou a economista Tabi Thuler Santos, especialista em análises econômicas da FGV, em nota.
O resultado foi influenciado tanto pela avaliação sobre o momento atual quanto pela percepção em relação ao futuro. O Índice de Situação Atual (ISA) cedeu 7,0%, para 82,3 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 4,2%, para 87,0 pontos.
O ICC já havia caído 6,1% em janeiro, após alta de 0,9% em dezembro, sempre na comparação com o mês imediatamente anterior. O indicador, calculado dentro de uma escala de pontuação de até 200 pontos (quanto mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor), está desde novembro do ano passado abaixo dos 100 pontos, zona considerada desfavorável.
Na comparação de fevereiro contra igual mês de 2014, o ICC recuou 20,4%. Segundo a FGV, o levantamento abrange amostra de mais de 2,1 mil domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 31 de janeiro e 21 de fevereiro.
Fonte: Veja
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