O Fórum Social Temático que se realiza em Porto Alegre, tem um painel que trata de um assunto recorrente: “a crise do capitalismo”.
É interessante que apenas quem discute e vê o capitalismo em crise são os seus opositores.
Mas afinal, o que pretende esse pessoal, que se reúne em local público, às custas dos pagadores de impostos, para debater a crise de um sistema político, econômico e social que detesta, vilipendia e pior, nem sabe do que trata?
Simples, fazer jogo de cena, criando um bode expiatório, numa ação diversionista, para transferir a responsabilidade pelas mazelas que nosso país vem atravessando desde sempre, por conta do estatismo galopante que sempre prevaleceu por estas bandas, exatamente para aquele sistema que nunca deu as caras por aqui.
Ora, vocês agora devem estar esboçando aquele sorriso tímido, de canto de boca, ou coçando atrás da orelha a se perguntar, mas como assim? O Brasil não é um país capitalista? Eu respondo, não é, nunca foi e a chance de se tornar um está cada vez mais distante.
Pensem comigo.
Um sistema capitalista caracteriza-se por alguns princípios, os quais listarei, para verificarmos se é o que vemos ocorrer na realidade do nosso dia a dia.
Direitos individuais protegidos
Em uma sociedade verdadeiramente capitalista, o papel do governo é pequeno, porém fundamental. Inibir que alguém se utilize de coerção, de fraude, do rompimento unilateral de contratos ou estabeleça injustificadas desavenças que ameacem ou violem o direito à vida e seus corolários, os direitos à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade dos demais.
O que ocorre no Brasil? O governo não apenas não protege tais direitos, como é o mais contumaz violador de direitos individuais que se conhece. O governo brasileiro minuciosamente obriga ou impede que os cidadãos ajam com liberdade. Ele confisca, tributa e limita o uso de rendas e propriedades. Se arroga o direito de prover a felicidade, mas dissemina a infelicidade para todos, principalmente os mais pobres. Usa de coerção obrigando que se vote, que se aliste, que se estude, que se trabalhe e que se empreenda, apenas da forma que ele, o governo, determina.
Estado de Direito vigente
Em uma sociedade verdadeiramente capitalista, a Lei observa características indiscutíveis. Deve ser objetiva, ou seja, não pode estar sujeita a interpretações subjetivas eivadas de relativismos discutíveis. Deve ser igual para todos, sem nenhuma exceção. Deve ser prospectiva, sendo aplicada apenas a casos futuros desconhecidos, não podendo portanto, retroagir a casos passados conhecidos. Deve ser de conhecimento e entendimento de todos. Deve ser estabelecida através de um processo legítimo de representação da sociedade. Deve ser negativa, dizendo o que não pode ser feito, pelo bem da sociedade. E acima de tudo, deve restrigir o poder do governo, reservando ao indivíduo o direito de decidir sobre os seus desígnios e a obrigação de assumir a responsabilidade por seus atos.
O que ocorre no Brasil? As leis são eivadas de subjetivismo, tratam grupos sociais de forma privilegiada, não tratam os indivíduos de forma igual, retroagem sistematicamente, contradizendo ou suspendendo contratos estabelecidos, normas anteriores implementadas. As leis são confusas, herméticas, surgem em abundância incalculável e são estabelecidas sem que seja respeitada a representatividade legítima da sociedade. Não há justiça, não há polícia e o direito de legítima defesa é reprimido. Qualquer órgão do governo, decreta, normatiza, burocratiza, legisla, muitas vezes julga, taxa, tributa e até prende, sem constrangimentos morais ou legais.
Livre mercado estabelecido
Em uma sociedade verdadeiramente capitalista, há a absoluta separação entre o governo e a economia. O governo não empreende, não espolia, não sufoca, não redistribui, não privilegia. Em uma sociedade verdadeiramente capitalista, as pessoas interagem livremente, criando, investindo, produzindo, trocando por sua própria conta, de forma voluntária, em cooperação espontânea para benefício mútuo. O governo não se intromete na vida das pessoas, não regula preços, salários, contratos, projetos de uso, projetos de negócio, nem em projetos de vida.
O que ocorre no Brasil? Somente é permitido aquilo que o governo concede. Onde estudar, trabalhar, produzir, comerciar, financiar, investir e consumir só é possível fazer sob autorização do governo. Todos os aspectos importantes da nossa vida, e os banais também, estão subordinados à vontade do governo.
Ora, se isso aí é o capitalismo e essa aí é a realidade do Brasil, fica claro que o Brasil e o capitalismo ainda não foram apresentados um para o outro. Nada pode ser mais incompatível.
Então, se o capitalismo não existe no Brasil, como poderia estar em crise? Não pode. Como não está.
O sistema político econômico e social que existe no Brasil, e nos mantém em crise permanente, é uma socialdemocracia com fortes traços do coletivismo estatocrata identificados nos regimes totalitários de corte fascista e socialista.
Então, querer atribuir a crise que vivemos ao capitalismo, é um engodo, uma farsa.
O grande problema do capitalismo no Brasil, é a sua ausência. Políticos, corporativistas empresariais e sindicais, entre outros beneficiados do gigantismo estatal, preferem impor à sociedade o socialismo e o fascismo, estes sim em crise eterna, do que jogar a tolha e dar vez ao único sistema que tirou bilhões de seres humanos da miséria, apenas permitindo que cada homem na Terra fosse um fim em si mesmo.
Concordo em partes. Até aceito a ideia de que governo poderia não atrapalhar o sistema capitalista, mas, não apoio a política crua implantada pelo capitalismo: vantagens x desvantagens. Penso eu, num capitalismo voltado totalmente para o social, assim, as empresas lucrariam ainda mais tornando-as ricas. Porque o que seria das empresas se consumidores paracem de consumir e as empresas paracem de produzir.
Não dar para implantar um capitalismo ignorante e implacável.
concordo que ainda e o melhor sistema mas que precisa de ajuda do estado ah precisa de 2008 para CA recebeu uma ajudazina de 50 trilhões de dollares isto nos últimos 7 anos e não conseguiu sair desta porque não tem esta capacidade toda que se apregoam se os estados soberanos não tivesse socorrido o sistema estávamos todos ferrados não sejamos soberbos o capitalismo precisa do estado e vice-versa
Acredito que seja o melhor sistema ,contudo que ambos sejam realmente apresentados o capitalismo e o governo,e fazer valer os direitos iguais em que os das classes mais pobres não sejam mais prejudicados.