O PT é o primeiro partido que tem condições de realizar o sonho de consumo de todos os partidos brasileiros: ficar no poder por no mínimo 20 anos. O grupo do presidente cassado Fernando Collor tinha essa pretensão, vocalizada pelo seu braço-direito PC Farias. Também o PSDB planejava essa permanência estendida quando aprovou a reeleição presidencial, estratégia montada pelo “trator” tucano, o falecido Sérgio Motta.
Depois de 8 anos de governo Lula, e tendo conseguido eleger Dilma Rousseff para pelo menos mais 4 anos, o PT pode alcançar essa meta se a hipótese de Lula se candidatar em 2014 se confirmar. E essa permanência pode ser ainda maior se a presidente Dilma se reeleger em 2014 e Lula voltar à presidência em 2018. Nesse caso poderão ser nada menos que 26 anos de poder petista seguidos.
Lula terá dentro de quatro anos os mesmos 69 anos com que Serra disputou pela segunda vez a Presidência da República este ano. E estará com 73 anos se se candidatar em 2018, a mesma idade que Serra terá em 2014, quando pretende se candidatar pela terceira vez, a valer a disposição atual. Quase a mesma idade com que Tancredo Neves foi eleito em 1985.
Tudo isso somado, fica demonstrado que não será nada fácil ao PT realizar seu sonho de consumo, pois ele implicaria relegar a um segundo plano políticos de diversas tendências que, tendo uma perspectiva nacional, seriam condenados a viver à sombra do PT toda a sua carreira. Todos eles têm hoje entre 45 e 50 anos, e compreensivelmente não gostam muito da ideia de o PT ficar no poder mais 12, 16 anos.
Ao fim da saga petista, estarão perto dos 60 anos e terão passado a vida inteira como coadjuvantes do PT, quando não na oposição. Congelados politicamente. No PSB, o próprio governador Eduardo Campos (45), Ciro Gomes (53), o governador do Ceará, Cid Gomes (47), o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (50); no PMDB, o governador do Rio, Sérgio Cabral (47), e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (41); no PSDB o senador eleito Aécio Neves (50), o governador do Paraná, Beto Richa (45); no DEM, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (50).
O convite feito pela presidente eleita, Dilma Rousseff, para que Ciro Gomes retorne ao Ministério na mesma posição anterior, no comando da pasta da Integração Nacional, está neste contexto. Ciro tende a não aceitar, seria mais do mesmo, depois de ter sido impedido de concorrer à Presidência da República por uma decisão autocrática do presidente Lula. Mas interessa também a Ciro Gomes manter-se em evidência para futuros movimentos políticos. A
Esse Merval sabe de tudo mesmo!Rapaz ou ele tem bola de cristal ou sempre fala com alguem( um empresario importante) como a Mirian Leitao.Haja paciencia!!!