O dólar abriu em nesta quinta-feira (17), um dia após o Banco Central decidir interromper o ciclo de cortes e manter taxa básica de juros da economia em 2% ao ano, conforme o esperado pelos mercados, enquanto uma mensagem decepcionante do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) abalava o apetite por risco no exterior.
Às 9h05, a moeda norte-americana subia 0,56%, vendida a R$ 5,2671. Veja mais cotações.
Na quarta-feira, o dólar fechou em queda de 0,96%, a R$ 5,2378. Na parcial do mês, acumula baixa de 4,44%. No ano, tem valorização de 30,62%.
Cenário local e externo
No exterior, os investidores aguardam a divulgação de dados sobre pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA, um dia depois de o Federal Reserve divulgar um plano de estímulo aquém do esperado.
Em entrevista à imprensa na quarta-feira, o chair do Fed, Jerome Powell, indicou um longo caminho até o “emprego máximo” e disse que o banco central dos EUA está limitado em sua capacidade de lidar com algumas das diferenças em torno do crescimento dos salários e da participação na força de trabalho.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve na véspera a taxa básica de juros em 2% ao ano, conforme o esperado. No comunicado da reunião desta quarta-feira, os integrantes do Copom apontaram que a inflação deve aumentar no curto prazo, mas ponderaram que a alta do preço dos alimentos é temporária.
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O mercado financeiro manteve as estimativas para o dólar ao fim de 2020 (R$ 5,25) e 2021 (R$ 5,00), mas reduziu a projeção para a Selic no término de 2021 de 2,88% para 2,50%, conforme a mais recente pesquisa Focus do Banco Central.
A Selic baixa tem sido citada como uma das causas para a instabilidade no câmbio e também para maior dificuldades do Tesouro Nacional de rolar a dívida pública em meio a um já fragilizado quadro fiscal.
Fonte: “G1”, 17/9/2020
Foto: Hafidz Mubarak/Reuters