O dólar abriu em queda nesta quarta-feira (4), com as atenções mundiais voltadas para a indefinição eleitoral nos Estados Unidos após o presidente Donald Trump declarar vitória e afirmar que irá a Suprema Corte mesmo com Joe Biden à frente na apuração.
Às 9h11, a moeda norte-americana era negociada a R$ 5,730, em queda de 0,32%. Veja mais cotações.
Na terça-feira, o dólar encerrou o dia a R$ 5,7612, em alta de 0,41%. Com o resultado, a moeda passou a acumular alta de 43,68% no ano.
Incertezas
O investidores corriam nesta quarta-feira (4) para ajustar suas carteiras para um resultado mais apertado e demorado da eleição presidencial nos Estados Unidos do que muitos haviam previsto, após as expectativas pré-eleitorais de uma vitória clara do Partido Democrata tanto na disputa pelo controle da Casa Branca quanto do Senado dos EUA se mostrarem distantes.
Em meio a tantas incertezas sobre o resultado eleitoral, o banco ING afirmou que “uma das poucas coisas que até agora estão claras é que não teremos uma vitória esmagadora dos democratas, como sugeriam as pesquisas, e isso desestabilizou o mercado, que se posicionou para um resultado claro”.
Por aqui, permaneceram as preocupações em torno da trajetória da dívida pública e capacidade do governo de encaminhar um plano crível de recuperação das contas públicas.
O mercado financeiro passou a projetar inflação acima de 3% em 2020 após 7 meses, segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada na véspera. A estimativa para o ano subiu de 2,99% para 3,02%. Já a projeção de retração da economia neste ano permaneceu em 4,81%.
A taxa de juros em mínimas históricas também tem contribuído para um câmbio mais elevado, uma vez que torna o país menos atrativo para investidores internacionais, em razão do diferencial de juros na comparação com outras economias, o que reduz o fluxo de dólares para aplicações financeiras no Brasil.
Fonte: “G1”, 04/11/2020
Foto: REUTERS/Thomas White