Em sua palestra no Fórum da Liberdade, nesta segunda-feira (11), o economista norte americano John Cochrane criticou as medidas econômicas tomadas pelos governos durante a pandemia. Sua crítica foi focada no governo americano, mas se estendeu a muitos outros governos que fizeram coisas parecidas.
“O governo (dos EUA) imprimiu 3 trilhões de dólares, e mandou o cheque para as pessoas assinarem. Gastamos dinheiro como se não houvesse um custo para gastar dinheiro. Na próxima crise, nós vamos imprimir mais 10 trilhões de dólares? Isso é insustentável”, criticou.
Para ele, o mundo lidou com a crise de maneira errada, na medida em que a encarou como uma “recessão de falta de demanda”. “Foi um erro. Os restaurantes não estavam fechados porque ninguém tinha dinheiro para sair, mas porque as pessoas não queriam adoecer. A economia não precisava de estímulo, mas de um seguro”, opinou.
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Segundo Cochrane, estamos tendo inflação em toda a economia porque agora a demanda está pressionando a economia. “A inflação veio da política fiscal, e o motorista continua com o pé no acelerador. Agora, controlar a inflação subindo a taxa de juros vai ser muito difícil, porque vai aumentar o desemprego, e isso é muito impopular”.
“As pessoas estão perdendo a confiança no pagamento da dívida. Ou nós pagamos a dívida ou nós inflacionamos a dívida. Os Estados Unidos fizeram promessas que não podem cumprir. Mesmo subindo a dívida”, disse.
A participação do economista no Fórum foi remota, através de um telão. Ao vivo, ele respondeu perguntas de participantes e do mediador Fabrício Scolari. Uma delas foi sobre a dificuldade que os governantes têm de encerrar políticas que se iniciam com a promessa de serem temporárias. “Pegar o dinheiro de A e dar para B é o que motiva os políticos. Só que isso dá para A e B incentivos ruins e tudo fica desequilibrado”, criticou.