Estudo da Pricewaterhouse Coopers revelou que 42% estão confiantes em retorno financeiro no país. No ano passado, percentual era de 44%
A parcela de executivos que estão confiantes no aumento das receitas de suas empresas no Brasil está em queda: 42% têm este sentimento, contra 44% no ano passado. É o que revela pesquisa da PricewaterhouseCoppers (PwC) junto a 1.344 empresários do mundo todo, publicada nesta terça-feira. O estudo aponta confiança na recuperação da economia mundial. Quase metade dos executivos (44%) crê em melhora, contra 18% no ano passado. E só 7% acham que vai piorar, contra 28%.
– Ainda acreditamos que a economia do Brasil tem um tremendo potencial, quando se olha para a população, mas tem desafios. As políticas para levar ao crescimento e à qualidade do emprego são críticas para captar oportunidades de forma sustentável – diz Dennis Nally, líder global da PwC.
Às vésperas do início da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o Papa Francisco desafiou os líderes empresariais presentes no evento a colocar a sua riqueza a serviço da humanidade em vez de deixar a maior parte da população na pobreza e insegurança.
– Peço que assegurem que a humanidade é servida pela riqueza e não o contrário – disse.
Aposta na estabilidade dos ricos
A cautela não se restringe ao Brasil, conforme a pesquisa da PwC. Só 43% dos empresários se dizem confiantes no aumento das receitas na América Latina nos próximos 12 meses, contra 53% em 2013. O mesmo vale para Rússia, Índia e África do Sul, que, junto com Brasil e China — formam o Brics. A consultoria verificou as assimetrias no grupo: enquanto a China tem avançado a passos largos (mesmo com desaceleração, a atividade no país está num nível alto para a economia mundial) e atraído investidores — “graças à vastas reservas em moeda estrangeira e extensivas reformas introduzidas pelo governo” — os demais enfrentam problemas estruturais. O Brasil sofre uma enorme ressaca de endividamento, a Índia é lenta na abertura de mercado, a Rússia reluta na exportação de commodities e a África do Sul tem seu crescimento bloqueado pela forte regulamentação do mercado.
A aversão à volatilidade nos emergentes — só 14% dos entrevistados disseram que gostariam de explorar mercados além de suas fronteiras geográficas — é acompanhada de um novo interesse pela estabilidade no mundo rico — especialmente Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, num movimento de reequilíbrio em relação a 2012, quando as economias avançadas estavam mal e as emergentes mostravam vigor.
A pesquisa frisou que os custos ocultos em economias emergentes estão ficando aparentes. “Ineficácias institucionais são uma fonte de preocupação”. Na lista de preocupações, destaca-se o excesso de regulamentação: 80% responsabilizaram este fator pelo aumento de custos
Fonte: O Globo
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