Em artigo intitulado “A primavera dos radicais na América Latina”, o ex-chanceler mexicano Jorge Castañeda comenta o resultado das últimas eleições na região e arrisca um prognóstico sobre as relações do continente com o governo Obama. Sobre o Brasil, diz Castañeda:
“Fator Dilma. A Alba pode substituir sua perda argentina por um ganho brasileiro, Dilma Rousseff, que assumirá a presidência do Brasil em breve, foi eleita na esteira do sucesso de Luiz Inácio Lula da Silva e é amplamente vista como sua herdeira política. Sua vitória carrega um enorme impacto simbólico na condição de primeira mulher presidente do Brasil. Mas ela pode não se revelar tão moderada e moderna quanto Lula.
Ela vem de uma linhagem classicamente populista da política brasileira, uma seguidora de Leonel Brizola, o carismático governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, que foi um político muito mais estatista e nacionalista do que um líder sindical de esquerda como Lula. Dilma tampouco tem o mesmo controle que Lula sobre seu partido, o Partido dos Trabalhadores. Ela precisará que seu mentor cuide da legenda ou cederá às exigências de sua base partidária – o que Lula nunca fez.
A despeito de seu pendor para o exibicionismo, Lula é um pragmático. Será realmente surpreendente se Dilma não se mostrar mais ideológica, nacionalista e, talvez, populista em política econômica e externa. Isso também alterará o equilíbrio na América Latina.”
Leia na íntegra o artigo no “O Estado de S. Paulo”:
• A primavera dos radicais na América Latina
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