O gás natural (GN) pode ser utilizado para a geração de energia elétrica, através do uso de turbinas a gás ou a vapor. Para uma quantidade equivalente de calor, a queima do GN produz 45% menos dióxido de carbono durante sua combustão quando comparado ao carvão mineral. As usinas a GN utilizam o calor da queima para acionar diretamente a turbina.
Turbinas a GN podem entrar em operação rapidamente e são usualmente utilizadas para oferecer energia durante os períodos de pico da demanda, mesmo que possuam um custo mais elevado que as elétricas.
O ciclo combinado de turbinas a GN com vapor pode atingir altos níveis de eficiência. Nas usinas que utilizam a tecnologia das turbinas a gás com ciclo combinado, o gerador da turbina a gás produz eletricidade e os gases da exaustão são reaproveitados para produção de vapor para geração adicional de eletricidade. Sua eficiência pode ultrapassar 50%.
Até os recentes aumentos no preço internacional do GN, tais usinas eram a opção de geração de energia mais barata em diversos países, devido a seus custos de capital, substancialmente inferiores às centrais nucleares e a carvão mineral, e o seu menor tempo de construção.
As usinas a GN são a ponte entre a antiga era do carvão mineral e do petróleo e o futuro baseado em energias renováveis.
O GN não é uma fonte renovável de energia e as usinas a GN emitem carbono na atmosfera, mas ainda assim, a energia proveniente do energético tem um impacto positivo sobre o meio ambiente, visto que faz parte do conjunto de fontes energéticas que produzem baixos níveis de gases do efeito estufa (GEE).
Usinas a GN são as que possuem o menor nível de emissões de carbono dentre as abastecidas a combustíveis fósseis. Nas centrais a gás que utilizam as melhores tecnologias, os gases emitidos possuem cerca de 50% menos dióxido de carbono e até nove vezes menos óxido nitroso do que as usinas que utilizam carvão mineral.
O custo total da geração, considerando as diferenças dos custos de capital, manutenção e operacionais (incluindo os preços do combustível), é normalmente o fator mais importante para a determinação da tecnologia a ser utilizada nas novas usinas geradoras, seja a decisão tomada por investidores privados, por concessionárias de serviço público ou pelo governo.
Hipóteses sobre a competitividade dos preços do GN frente a outros combustíveis também são um elemento fundamental nesse cálculo.
O preço futuro dos combustíveis é, portanto, a principal fonte de incerteza sobre a utilização do GN na geração de energia.
Não é apenas uma questão de qual combustível é o mais barato. A relativa atratividade financeira do GN frente às outras opções depende de uma série de fatores, incluindo a eficiência da central, a taxa de utilização (ou fator de capacidade), o custo de investimento por potência instalada, a vida útil da central, seu tempo de construção, seus custos de operação e manutenção, custos de desmantelamento e qualquer punição para as emissões de CO2.
As taxas de desconto aplicadas a estes investimentos terão influência de mercado no custo relativo de geração e na escolha do combustível e da tecnologia.
Fonte: Brasil Econômico, 06/01/2011
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