Com a melhora no regime de chuvas no centro-sul do País e o recorde de geração eólica no Nordeste, o governo decidiu desligar 21 usinas térmicas a partir do próximo sábado.
Somados, esses empreendimentos geram cerca de 2 mil megawatts (MW) médios a um custo de geração (CVU) de R$ 600 megawatts-hora, o que deve gerar uma economia de R$ 5,5 bilhões até o fim do ano. A energia produzida pelas térmica que serão desligadas é suficiente para atender cerca de 2,7 milhões residências.
Mesmo com essa redução no custo, o Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, evitou prever o impacto da medida nas contas de luz, que vêm sofrendo sucessivos reajustes devido ao alto custo de geração de eletricidade no país. Além disso, desde janeiro, vigora a bandeira vermelha, um regime que acrescenta R$ 5,50 a cada 100 kilowatts-hora (kWh) utilizados pelos consumidores.
“Nos próximos dias a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) irá estudar o impacto da medida nas bandeiras”, prometeu Braga. Se a bandeira mudar para a cor amarela, a cobrança adicional cairá para R$ 2,50 a cada 100 kWh consumidos. Se o regime chegar à bandeira verde, não haverá cobrança adicional”, disse.
A decisão de desligar esse conjunto de térmicas mais caras foi tomada por unanimidade pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Mesmo com o desligamento, restam cerca de 10.000 megawatts médios em térmicas ligadas. “Já tivemos 15.000 MW no momento crítico”, destacou Braga.
De acordo com o ministro, o nível dos reservatórios das hidrelétricas devem atingir o patamar de 30% nas regiões Sudeste e Centro-Oeste até novembro e os recordes de geração eólica da região Nordeste possibilitaram a tomada desta medida, proposta pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Também contou, segundo o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, a redução na demanda de energia de cerca de 1,8% prevista para 2015. “O conjunto desses fatores nos permitiu tomar essa decisão com segurança”, comentou.
De acordo com o CMSE, o risco de déficit de energia nas regiões Sudeste e Centro-Oeste continua em 1,2% em 2015. Para a região Nordeste, o risco segue em zero. “Na prática, o risco de todo o sistema é zero”, concluiu Braga.
CDE
Uma portaria conjunta do MME e do Ministério da Fazenda publicada ontem autorizou a repactuação da dívida da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) com os credores da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). Braga explicou que a medida apenas regulariza o fluxo de pagamentos do fundo para a BR Distribuidora, da Petrobrás.
Segundo ele, a medida não terá impacto nas contas de luz, que hoje bancam a CDE. “Em função de liminares de alguns agentes do setor elétrico, houve um descasamento do fluxo de caixa da CDE para CCC. Com a portaria, estamos garantindo o fluxo para os próximos 18 meses e dando conforto de pagamento e segurança para fluxo de caixa”, esclareceu.
“A Petrobrás vinha recebendo com descasamento, e portaria hoje regulariza fluxo”, enfatizou. Também foi instituído um grupo de trabalho para avaliar a sistemática de apuração, de verificação e de reembolso dos dispêndios da CCC e para avaliar a sistemática de apuração, de verificação e de reembolso dos dispêndios com subvenção ao carvão mineral pela CDE.
Fonte: O Estado de S.Paulo.
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