Entre 2006 e 2016, a proporção de regimes democráticos no mundo caiu de 47% (90 em 193) para 45% (87 em 195), de acordo com dados da Freedom House
As derrotas de populistas na Áustria, na Holanda e na França deram certo respiro a quem temia uma onda nacionalista que dissolvesse a ordem geopolítica do Pós-Guerra. Para a democracia, 2017 parece melhor que 2016. Mas pode ser apenas um soluço temporário naquilo que o cientista político Larry Diamond chama de “recessão democrática”.
Entre 2006 e 2016, a proporção de regimes democráticos no mundo caiu de 47% (90 em 193) para 45% (87 em 195), de acordo com dados da Freedom House. No mesmo período, o Índice de Democracia, calculado pela Economist Intelligence Unit (EIU), recuou em 81 de 167 países estudados. Mais rigorosa, a EIU diz haver apenas 19 democracias verdadeiras no planeta, uma a menos que no ano passado. Com Donald Trump, até os Estados Unidos passaram ao grupo de 57 países a que pertence o Brasil na classificação da EIU: as “democracias imperfeitas”.
O mais preocupante é a tendência apontada pelos cientistas políticos Roberto Foa e Yascha Mounk: a crença na democracia é menor entre os jovens, enquanto cresce o apelo do autoritarismo. Num estudo de janeiro, Foa e Mounk constataram a “desconsolidação”, ou recuo autoritário, em vários países. Venezuela, Hungria, Polônia e Filipinas estão aí para comprovar.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”
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