Criada com a promessa de conferir mais segurança e modernidade às eleições, a biometria, que permite a identificação do eleitor pela impressão digital, pode provocar filas mais longas que o normal na votação do próximo dia 5. A urna só será liberada para o voto depois que o eleitor fizer a identificação. Será possível fazer até oito tentativas de reconhecimento por meio de digitais, se a primeira falhar, antes de se recorrer ao método antigo, quando o mesário precisava checar se o nome do eleitor está cadastrado naquela seção e pedir a ele um documento com foto.
Cerca de 21 milhões dos mais de 142,8 milhões de eleitores aptos a votar nas eleições gerais deste ano devem ser identificados utilizando a biometria. O sistema foi testado pela primeira vez nas eleições de 2008, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) era presidido pelo ministro Carlos Ayres Britto, hoje aposentado. A experiência foi feita em três municípios e com cerca de 42 mil eleitores. Com o sucesso observado, foi gradualmente estendida a outros locais. Para Ayres Britto, mesmo que a nova tecnologia provoque filas extensas, o ganho para a sociedade é maior.
— Tudo é um processo de aperfeiçoamento, mas a votação biométrica é uma viagem sem volta. A identificação biométrica do eleitor imprime um grau de segurança. A urna eletrônica sem biometria não impede que alguém se aproprie de um título de eleitor alheio. Isso é muito difícil de acontecer, mas não é impossível. Na urna biométrica, fica impossível alguém votar por outra pessoa — explica o ex-ministro.
O TSE estima que, nas eleições deste ano, os eleitores levem, em média, pouco menos de 1 minuto e 14 segundos para votar na urna eletrônica. A estimativa é feita com base no tempo que o eleitor levou, nas eleições de 2010, para se identificar perante ao mesário, ir à urna e confirmar o último voto (que é o para presidente da República).
Em 2010 o tempo médio que cada eleitor demorou para votar dentro da cabine foi de 1 minuto e 8 segundos, mas naquela eleição tiveram que escolher um candidato a mais para o Senado. Este ano, serão apenas cinco votos: deputado estadual ou distrital, deputado federal, senador, governador e presidente da República. Para que os mais de 142,8 milhões de eleitores votem, o TSE instalou cerca de 534 mil urnas em todo o país.
Fonte: O Globo
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