A organização não-governamental Transparência Internacional divulgou nesta quarta-feira o Índice de Percepção da Corrupção 2012. No estudo em que analisa a percepção sobre a corrupção no setor público em 176 países, o Brasil aparece em 69ª posição no ranking. Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia ficaram empatados em primeiro lugar. Quanto mais perto do topo, menor a percepção de que o país é corrupto.
Em comparação com países da América Latina, o Brasil ficou atrás de países como Chile e Uruguai (empatado em 20º lugar), Porto Rico (33º), Costa Rica (48º) e Cuba (58º). Ficou à frente de Panamá, El Salvador e Peru (empatados na 83º colocação) e Argentina (102º).
Dois terços dos 176 países analisados obtiveram uma pontuação inferior a 50, numa escala que vai de 0 (percepção de altos índices de corrupção) a 100 (percepção de baixos índices de corrupção). Segundo a ONG, isso sinaliza que as instituições públicas devem incrementar sua transparência e que os funcionários em postos de poder devem prestar contas de maneira mais rigorosa. Com 43 pontos, o Brasil está incluído nestes dois terços que obtiveram índice inferior a 50. Nas Américas, 66% dos países avaliados ficaram abaixo desta pontuação.
Entre os países do Brics, Brasil e África do Sul estão nas melhores colocações, empatados no 69º lugar. A China aparece em 80º, a Índia em 94º e a Rússia em 133º. Em relação aos países que integram o G20 (as vinte maiores economias do mundo), aparece no 11º lugar. O primeiro, em que há menos percepção de corrupção, é a Austrália.
No ano passado, o Brasil ficou na 73ª colocação, mas como houve mudança na metodologia do estudo e não podem ser feitas comparações, não se pode dizer que houve melhoras no país.
Afeganistão, Coreia do Norte e Somália na lanterna
As piores posições no ranking são ocupadas pelo Afeganistão, Coreia do Norte e Somália, todos empatados com 8 pontos. De acordo com a ONG, nesses países, a ausência de instituições públicas eficientes e líderes responsáveis por suas ações destacam a necessidade de tomar uma posição mais firme contra a corrupção. Nas Américas, a pior colocação ficou com a Venezuela e Haiti (empatados em 165º lugar).
– Os governos devem incorporar ações contra a corrupção em todas as decisões públicas. Entre as prioridades estão normas mais efetivas sobre lobby e política de financiamento político, uma maior transparência na contratação e gasto público, e maior prestação de contas dos órgãos públicos para a população – disse Huguette Labelle, presidente da ONG Transparência Internacional.
Labelle disse ainda que a intenção do estudo é incentivar os governos a tomar uma decisão “mais dura contra o abuso de poder”.
Entre os países que tiveram um resultado insatisfatório há nações da zona do euro, afetadas pela crise econômica. A Transparência Internacional afirmou que tem advertido a Europa de que deve abordar os riscos de corrupção no setor público, a fim de superar a crise financeira, e pediu maiores esforços para proteger as instituições públicas da corrupção.
Os países que estão em confrontos internos, como a Síria e o Egito, também aparecem entre os apontados com graves problemas de corrupção. A Síria ocupa a 144ª posição e o Egito, a 118ª.
Fonte: O Globo
Confira o desempenho do Brasil no Índice de Percepção de Corrupção nos últimos 12 anos:
No Comment! Be the first one.