Nos últimos anos temos visto o surgimento de um grande número de fintechs. Instituições inovadoras que usualmente nascem como startups e que têm provocado grandes mudanças no mercado. Atuando no ambiente digital, com uso de novas tecnologias, elas têm provocado a inclusão financeira e trazido redução de preços para o consumidor.
Há os mais variados tipos de fintechs: de crédito, pagamento, investimentos, financiamentos, seguros, câmbio, renegociação de dívidas, entre outras. Dentre esses vários tipos, as fintechs de crédito despertam o interesse porque além de trazer custos mais baixos permitem a realização de negócios ligados a área socioambiental.
Segundo o Bacen, podem ser autorizados dois tipos de fintechs de crédito: a Sociedade de Crédito Direto (SCD) e a Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), cujas operações constarão do Sistema de Informações de Créditos (SCR). A SCD caracteriza-se pela realização de operações de crédito, por meio de plataforma eletrônica, com recursos próprios. A SEP realiza operações de crédito entre pessoas (peer-to-peer lending). Nesta operação a fintech atua na relação entre credor e devedor, realizando uma clássica operação de intermediação financeira, cobrando tarifas.
Ao contrário da SCD, a SEP pode fazer captação de recursos públicos, desde que eles estejam inteira e exclusivamente vinculados à operação de empréstimo. Esse tipo de operação possibilita investimentos de impacto, o que ocorre quando os recursos são colocados em projetos ou empresas com preocupações socioambientais e, ao mesmo tempo, trazem retorno financeiro para o investidor. Significa conciliar a obtenção de resultados econômico-financeiros à geração de impacto social que seja quantificável.
No Brasil esse tipo de investimentos tem trazido resultados positivos, de acordo com o estudo Mapa do Impacto 2021, da Pipe Social, 49% dos negócios de impacto socioambiental positivo no Brasil estão captando recursos. Desses, quase metade (48%) está captando aportes entre R$ 100 mil e R$ 1 milhão, faixa de financiamento mais escassa do mercado.
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Um exemplo desse tipo de operação é a Plataforma de Empréstimo Coletivo SITAWI, que investe em negócios de impacto positivo na Amazônia por meio de peer-to-peer lending. A plataforma seleciona as empresas que desejam captar recursos e oferece aos investidores. Quando há captação de recursos, são emitidos os contratos de empréstimo entre as partes e o investidor recebe um Certificado de Depósito Bancário Vinculado (CDBV) comprovando o investimento, tudo supervisionado pelo Bacen.
O investidor interessado nesse tipo de operação deve estar atento ao risco de inadimplência do tomador. Assim, deve pesquisar sobre as plataformas que oferecem essa modalidade de investimento, qual o tipo de título será emitido e qual o serviço oferecido em caso de inadimplência.
Fonte: “Estadão”, 28/06/2021
Foto: Sidney Oliveira/Ag. Pará